Fernanda Mestrinho –
jornal i, opinião
O circo está a
arder e o Presidente da República mantém-se em silêncio. Na
terça-feira, 10 de Junho, haverá discurso de Cavaco Silva. No Dia de Portugal,
aposto, falará de emigrantes, e do seu sucesso lá fora, interioridade, cultura
e algumas frases sibilinas que levarão a horas de análise e comentários.
Gostava de me enganar redondamente. Pois, também gostava de ser alta e magra.
Cavaco Silva não
viu inconstitucionalidades, e aconteceu o maior "chumbo" que há
memória; o Presidente assiste em silêncio à histeria do governo contra os
juízes do TC e não "aclara" a situação com o executivo. Podia mesmo
citar Vítor Gaspar: "É para pagar." Qual destas palavras não
perceberam. O governo diz que não sabe viver nesta imprevisibilidade. Não?
Agora imaginem as famílias que nunca sabem com o que contam ao fim do mês.
Passos Coelho sabia
bem que tudo isto era inconstitucional mas gosta de esticar a corda. Devia
tê-lo feito com a troika.
Na noite das
eleições, em Belém, foi bem audível a opinião dos portugueses e o Presidente
tem hoje um cenário político ainda mais difícil, com uma maioria de direita com
menos de um milhão de votos e um Partido Socialista fraco e em luta interna.
Uma situação inibitória para Cavaco Silva.
Ontem celebraram-se
70 anos do Dia D, fim da II Guerra Mundial. A Alemanha era derrotada pela 2.a
vez. Os vencedores aprenderam com a história trágica da primeira (as
indemnizações de guerra fizeram aparecer Hitler) e ajudaram a Europa. E esta
volta a brincar com o fogo.
Jornalista/advogada
- Escreve ao sábado
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