domingo, 8 de junho de 2014

E O PRESIDENTE?



Fernanda Mestrinho – jornal i, opinião

O circo está a arder e o Presidente da República mantém-se em silêncio. Na terça-feira, 10 de Junho, haverá discurso de Cavaco Silva. No Dia de Portugal, aposto, falará de emigrantes, e do seu sucesso lá fora, interioridade, cultura e algumas frases sibilinas que levarão a horas de análise e comentários. Gostava de me enganar redondamente. Pois, também gostava de ser alta e magra.

Cavaco Silva não viu inconstitucionalidades, e aconteceu o maior "chumbo" que há memória; o Presidente assiste em silêncio à histeria do governo contra os juízes do TC e não "aclara" a situação com o executivo. Podia mesmo citar Vítor Gaspar: "É para pagar." Qual destas palavras não perceberam. O governo diz que não sabe viver nesta imprevisibilidade. Não? Agora imaginem as famílias que nunca sabem com o que contam ao fim do mês.

Passos Coelho sabia bem que tudo isto era inconstitucional mas gosta de esticar a corda. Devia tê-lo feito com a troika.

Na noite das eleições, em Belém, foi bem audível a opinião dos portugueses e o Presidente tem hoje um cenário político ainda mais difícil, com uma maioria de direita com menos de um milhão de votos e um Partido Socialista fraco e em luta interna. Uma situação inibitória para Cavaco Silva.

Ontem celebraram-se 70 anos do Dia D, fim da II Guerra Mundial. A Alemanha era derrotada pela 2.a vez. Os vencedores aprenderam com a história trágica da primeira (as indemnizações de guerra fizeram aparecer Hitler) e ajudaram a Europa. E esta volta a brincar com o fogo.

Jornalista/advogada - Escreve ao sábado

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