"Neste
momento, eu não aceito sequer olhar para a cara dele", diz ainda ao
Expresso
Bernardo Ferrão – Expresso – ontem
Garcia
dos Santos demitiu-se do Conselho das Ordens Nacionais em maio depois de terem
sido publicadas as suas declarações, feitas num almoço na associação 25 de
Abril, onde arrasou Cavaco Silva. "Eu não gosto dele e depois do que disse
não podia ficar", explicou hoje ao Expresso. A notícia da demissão
foi avançada pelo "Observador".
O
general, que foi responsável pelo plano de transmissões do 25 de abril e mais
tarde, já no tempo de António Guterres, foi quem denunciou o caso da Junta
Autónoma das Estradas (onde foi presidente), acrescenta "que não tinha
quaisquer condições de ficar num lugar de dependência desse senhor",
referindo-se a Cavaco Silva como alguém de quem não gosta "nem
pintado" e acusando-o de ser "o principal responsável de tudo o que
se está a passar no país".
Mas
há mais. Num tom claramente exaltado, o general deixa ainda várias questões
sobre a atuação de Cavaco Silva: "O que é que ele fez pelo país? Zero. O
que é que ele diz? Nada. Quais são as ideias dele? Nenhumas".
Garcia
dos Santos confessa que já não se lembra da data em que aceitou entrar como
vogal para o Conselho das Ordens Nacionais (um dos três conselhos que fazem
parte da Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas). Lembra-se apenas que
foi há "quatro ou cinco anos" e pela mão de Manuela Ferreira Leite,
"que muito admiro". Ferreira Leite era na altura a chanceler das
Ordens Nacionais.
O
general garante que sai pelo seu próprio pé, sem quaisquer pressões e em
coerência: "Por favor, a mim ninguém me obriga a nada e esse senhor nem
nunca falou comigo. Aliás, neste momento eu não aceito sequer olhar para a cara
dele".
Contactada
pelo Expresso, a Presidência da República não faz comentários.
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