quinta-feira, 19 de junho de 2014

General Garcia dos Santos diz que não pode ver Cavaco "nem pintado"




"Neste momento, eu não aceito sequer olhar para a cara dele", diz ainda ao Expresso

Bernardo Ferrão – Expresso – ontem

Garcia dos Santos demitiu-se do Conselho das Ordens Nacionais em maio depois de terem sido publicadas as suas declarações, feitas num almoço na associação 25 de Abril, onde arrasou Cavaco Silva. "Eu não gosto dele e depois do que disse não podia ficar", explicou hoje ao Expresso. A notícia da demissão foi avançada pelo "Observador".

O general, que foi responsável pelo plano de transmissões do 25 de abril e mais tarde, já no tempo de António Guterres, foi quem denunciou o caso da Junta Autónoma das Estradas (onde foi presidente), acrescenta "que não tinha quaisquer condições de ficar num lugar de dependência desse senhor", referindo-se a Cavaco Silva como alguém de quem não gosta "nem pintado" e acusando-o de ser "o principal responsável de tudo o que se está a passar no país".

Mas há mais. Num tom claramente exaltado, o general deixa ainda várias questões sobre a atuação de Cavaco Silva: "O que é que ele fez pelo país? Zero. O que é que ele diz? Nada. Quais são as ideias dele? Nenhumas".

Garcia dos Santos confessa que já não se lembra da data em que aceitou entrar como vogal para o Conselho das Ordens Nacionais (um dos três conselhos que fazem parte da Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas). Lembra-se apenas que foi há "quatro ou cinco anos" e pela mão de Manuela Ferreira Leite, "que muito admiro". Ferreira Leite era na altura a chanceler das Ordens Nacionais.

O general garante que sai pelo seu próprio pé, sem quaisquer pressões e em coerência: "Por favor, a mim ninguém me obriga a nada e esse senhor nem nunca falou comigo. Aliás, neste momento eu não aceito sequer olhar para a cara dele".

Contactada pelo Expresso, a Presidência da República não faz comentários.

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