Banguecoque,
12 jun (Lusa) -- Milhares de imigrantes ilegais cambojanos fugiram da Tailândia
ou foram deportados pela junta militar após o golpe de Estado no país, a 22 de
maio, informa hoje a imprensa cambojana.
Pelo
menos 7.500 cambojanos regressaram ao seu país nos primeiros nove dias de
junho, segundo dados do Governo do Camboja, reproduzidos pelo jornal Phnom Penh
Post, que cita estimativas de organizações humanitárias que elevam o número até
10 mil.
A
maioria dos imigrantes está concentrada em acampamentos improvisados na
localidade fronteiriça de Poipet, onde chegam em camiões militares tailandeses,
cujo fluxo passou de um a dois diários para mais de 30 desde o golpe, segundo o
jornal.
Din
Phivorn, um dos deportados, disse que a empresa para a qual trabalhava o instou
a regressar temporariamente a casa depois de a junta militar ter anunciado
sanções de 10 mil bahts (227 euros) por cada imigrante ilegal e a detenção do
trabalhador em causa.
A
Organização Internacional para as Migrações (OIM) também denunciou um aumento
do fluxo de imigrantes em Poipet, onde, alertou, existe escassez de água, de
comida e de alojamento, bem como de assistência médica para essas pessoas, das
quais metade são mulheres e crianças.
"Normalmente
chegam cerca de cem imigrantes por dia, contudo, agora chegam mais de mil e não
sabemos o que teremos nos próximos dias", disse o chefe da missão da OIM
no Camboja, Leul Mekonnen.
Entre
100 mil e 250 mil cambojanos indocumentados trabalham na Tailândia, segundo o
Governo cambojano que assegura ter entrado em contacto com as autoridades de
Banguecoque para evitar qualquer tipo de punição contra estes imigrantes.
Milhares
de imigrantes ilegais, a maioria procedente da Birmânia e do Camboja, estão
empregados nos setores da construção, agricultura e pesca, entre outros, na
Tailândia, onde se encontram muitas vezes expostos a abusos e à exploração.
DM
// DM - Lusa
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