quarta-feira, 4 de junho de 2014

São Tomé e Príncipe: Aumenta a procura de crianças no país




A procura de crianças para adopção internacional, aumentou consideravelmente em São Tomé e Príncipe. Maximo Aguiar (na foto), Presidente da Caritas de São Tomé e Príncipe, diz que a Caritas tem neste momento sob a sua tutela 35 crianças, a maioria abandonada pelos pais.

Com o aumento da procura de crianças para serem levadas para o estrangeiro, o Presidente da Caritas, considera que se tem registado situações claras de comércio e tráfico de crianças. «Estava aqui uma senhora portuguesa que também comprava crianças, dizia ela que dava 300 euros que era muito dinheiro para os pais são-tomenses que viviam na miséria etc etc ..», denunciou Maximo Aguiar.

O caso remonta ao ano 2011. Para o Presidente da Caritas, o mau funcionamento dos tribunais, tem facilitado a vida das pessoas implicadas no processo de comércio e tráfico de crianças para o exterior. «Houve um juiz cujo nome não recordo, conseguiu que a senhora saísse do país. São coisas que através do nosso tribunal vão acontecendo e não se chama responsabilidade a ninguém», afirmou.

Na quinzena da criança que se vive em São Tomé e Príncipe, a Caritas apela a reflexão das autoridades do país sobre a situação das crianças desamparadas que acabam por ser presas fáceis no negócio aparentemente lucrativo de alegadas adoções internacionais, em que depois de saírem do país, perde-se o rasto das crianças. «Neste momento temos cerca de 35 crianças internas. São crianças que os pais abandonam ou que estão em situação litigiosa entre os pais, e vamos tratando delas», frisou.

No mais recente caso de desaparecimento de uma criança, que estava sob a tutela da Caritas e que alegadamente foi levada para França, a Leopoldina Vitória Domingas, Maximo Aguiar, diz que a imagem do Estado são-tomense foi lançada mais uma vez na lama.

O casal francês que levou a criança, antes do processo de adopção estar concluído,  recusa-se em devolver a menina.

Abel Veiga – Téla Nón (st)

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