O
secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
considerou hoje que a organização se afirmou como "ator internacional
ativo e credível" na resolução da crise política na Guiné-Bissau e alertou
para novos desafios naquele país.
Durante
os mais de dois anos em que a Guiné-Bissau não teve governo eleito, na
sequência de um golpe militar em abril de 2012, o papel desempenhado pela CPLP
permitiu-lhe afirmar-se "como ator internacional ativo e credível na
resolução da crise política neste país", disse Murade Murargy, durante a
visita do Presidente moçambicano à sede da organização, em Lisboa, no âmbito da
sua deslocação oficial a Portugal, a convite do seu homólogo, Aníbal Cavaco
Silva.
"Alcançámos
uma distensão nas relações com a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental], uma das organizações internacionais parceiras, e nomeámos um
representante especial na Guiné-Bissau", sublinhou o responsável.
No
entanto, Murade alertou que após "o sucesso das últimas eleições
gerais" em Bissau, entre abril e maio, que permitiram escolher um novo
Presidente e um novo Governo, "abre-se um novo ciclo, com novos desafios
que se colocam à CPLP no apoio às reformas necessárias e para o desenvolvimento
económico e social" deste país.
Sobre
a organização, que está prestes a celebrar 18 anos de existência, Murade
Murargy sugeriu que a CPLP seja repensada "num quadro de reforço dos
mecanismos de concertação e cooperação entre os Estados-membros, em prol da
preservação e afirmação dos seus legítimos interesses e dos objetivos da
organização".
"Ao
repensar a CPLP, podemos também ambicionar um maior dinamismo, capacidade de
iniciativa e liberdade de atuação, para desta forma observarmos uma séria
capacidade de resposta aos desafios que se colocam para que as nossas
atividades tenham como garante o desenvolvimento dos beneficiários finais, que
são os nossos povos", sustentou.
Murargy
insistiu na criação de "um espaço" dedicado ao ensino superior,
permitindo a mobilidade de estudantes, professores, investigadores e
pesquisadores dos oito países que integram a organização, e salientou a
"importância da cooperação económica e empresarial".
"Numa
comunidade de países integrados em diferentes blocos económicos, redinamizamos
o já denominado quarto pilar, com a vista à criação de um ambiente propício de
negócios no espaço comunitário", salientou.
No
balanço dos dois anos de presidência moçambicana da CPLP, que passará a ser
presidida por Timor-Leste após a cimeira, Murade Murargy destacou a proposta de
adesão da Guiné Equatorial, o "grande impulso" à segurança alimentar
e a instituição da reunião dos ministros da Energia.
Na
receção ao Presidente Armando Guebuza participaram dezenas de personalidades,
entre as quais governantes e deputados moçambicanos, o ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros, deputados portugueses, embaixadores e antigos ministros,
como Luís Amado (atualmente vice-presidente da comissão preparatória da cimeira
da CPLP em Díli, que se realiza a 23 de julho) e António Monteiro.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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