Correio
do Brasil, com Ria Novosti - de Kiev
O
presidente da Suprema Rada (parlamento ucraniano) da Ucrânia Alexander
Turchinov anunciou na manhã desta quinta-feira, a dissolução da bancada
parlamentar do Partido Comunista. Nas últimas semanas vários deputados
populares da bancada do PC ucraniano saíram da representação deste partido no Parlamento.
Por isso, a composição deste grupo diminuiu em comparação com o período da sua
formação durante a primeira sessão da Suprema Rada.
Em
22 de julho o parlamento da Ucrânia conferiu ao presidente do Legislativo o
direito de dissolver a bancada, desde que o seu corpo diminua em comparação com
o período da sua formação durante a primeira sessão. Turchinov prometeu na
ocasião que durante um só dia iria submeter o projeto de lei ao exame do
presidente solicitando que assine este documento imediatamente e a seguir iria
anunciar a dissolução da bancada do Partido Comunista da Ucrânia. A lei entrou
em vigor nesta quinta-feira.
Antes
disso, o líder dos comunistas ucranianos Piotr Simonenko tinha declarado na
entrevista à agência russa de notícias RIA Novosti que apesar da pressão por
parte das autoridades, o Partido Comunista da Ucrânia continuará a participar
em qualquer hipótese das eleições parlamentares
antecipadas que podem ser realizadas no próximo outono.
Ainda
nesta manhã, dois outros partidos ucranianos anunciaram que deixaram a coalizão
majoritária no Parlamento para permitir que o presidente Petro Poroshenko
convoque nova eleição e livre a Casa do que um político qualificou como
“agentes de Moscou”, em uma referência direta ao PC da Ucrânia. Políticos e
ativistas se queixam de que a Ucrânia, embora tenha um novo presidente, ainda
precisa eleger um novo Parlamento, algo que não foi feito depois da derrubada
em fevereiro do presidente Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, e também acusam
os aliados do líder deposto de prejudicar a atividade parlamentar.
–
Nós acreditamos que na atual situação tal Parlamento, que protege criminosos de
Estado, agentes de Moscou, que se recusa a retirar a imunidade daqueles que
estão trabalhando para o Kremlin, não deveria existir – disse o líder do
partido neonazista Svoboda, Oleh Tyahnybok, no Parlamento.
O
partido Udar (Golpe), do ex-campeão de boxe Vitaly Klitschko, de ultradireita, que
faz parte da coalizão majoritária, com o Svoboda e o partido Batkivshchyna,
também anunciou que está deixando a coalizão. De acordo com a Constituição
ucraniana, o Parlamento tem 30 dias para tentar uma nova coalizão. Se isso
fracassar, o presidente então dissolve a Casa e convoca eleições.
Resistência
armada
Ainda
nesta quinta-feira, durante o dia, houve mais explosões nos arredores do
aeroporto e da estação ferroviária de Donetsk, informou desta cidade o
correspondente da RIA Novosti. A região do aeroporto de Donetsk, onde ainda
permanecem importantes contingentes do exército ucraniano, tornou-se nos
últimos dias o local de confrontação intensa entre as Forças Armadas Ucranianas
e os milicianos. A milícia submete o aeroporto ao fogo de diversas armas. O
exército procura, na qualidade de ato de resposta, romper o bloqueio: as Forças
Armadas da Ucrânia infligem golpes contra os bairros residenciais em torno do
aeroporto. Cerca de dez habitantes pacíficos já pereceram nesta região.
Na
véspera soube-se que na região do aeroporto tinham desaparecido os jornalistas
do canal de televisão RT Graham Phillips e da agência Anna News Vadim Aksenov.
Supõe-se que ambos tinham sido aprisionados pelo exército ucraniano. A partir
de então não se sabe nada sobre o seu destino. O correspondente da agência RIA
Novosti tem o número do telefone celular de Phillips, mas este não responde a
chamadas.
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