Angola
tem o segundo maior mercado de comércio ilegal de marfim a retalho em África,
depois de Lagos, na Nigéria, acusou a Organização Não Governamental (ONG) 'Save
The Elephants' num comunicado divulgado hoje.
A
ONG diz que um estudo sobre o comércio ilegal de marfim de elefantes africanos
realizado pelos investigadores Esmond Martin e Lucy Vigne - que estão a
produzir um relatório detalhado sobre a informação recolhida - indica que Lagos
e Luanda são os principais centros de "comércio ilegal de retalho" de
marfim.
"Em
Lagos há mais peças de marfim à venda, mas o comércio é mais dissimulado, com
os vendedores mais conscientes das regras e mais receosos, enquanto os
vendedores em Luanda têm muito pouca preocupação sobre a possibilidade de serem
apanhados a vender marfim ilegal", diz a 'Save The Elephants' no
comunicado.
A
ONG alerta também para o facto de o preço do marfim proveniente de elefantes
mortos por caçadores furtivos em África ter quase triplicado nos últimos quatro
anos no principal mercado mundial, a China.
"O
aumento do preço do marfim implica uma vaga de abates de elefantes no
continente africano que não dá sinais de abrandar", advertiu a organização
ecologista com sede no Quénia.
Segundo
a ONG, o preço de venda do marfim em bruto na China era cerca de 750 dólares
(550 euros) em 2010 e passou para 2.100 dólares (1.540 euros) em 2014.
A
'Save The Elephants' estima que perto de 33.000 elefantes tenham sido mortos
por caçadores furtivos entre 2010 e 2012.
"Sem
ação internacional concertada para reduzir a procura de marfim, as medidas para
diminuir o número de elefantes mortos não surtirão efeito", declarou o
fundador da ONG, Iain Douglas-Hamilton, no comunicado, afirmando que "a China
detém a chave do futuro do elefante africano".
Apesar
de uma ligeira redução do número de elefantes mortos este ano por caçadores
furtivos, a sobrevivência em África do maior mamífero terrestre continua
ameaçada, segundo informação da dados da Convenção sobre Comércio Internacional
de Espécies Ameaçadas (CITES).
No
início do século XX, existiam 20 milhões de elefantes em África, número que
caiu para 1,2 milhões em 1980, caindo de novo para os atuais 500.000, apesar de
o comércio de marfim ter sido proibido pela CITES em 1989.
Lusa,
em Notícias ao Minuto - ontem
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