Família
do adolescente pede "dia de silêncio", e manifestações são
interrompidas em Ferguson em respeito à vítima. Ativistas dos direitos civis,
como Martin Luther King III, e representantes da Casa Branca comparecem.
Milhares
de pessoas compareceram nesta segunda-feira (25/08) ao velório do jovem negro
Michael Brown, de 18 anos, morto no início do mês por um policial branco em
Ferguson, subúrbio de St. Louis, no estado americano do Missouri.
A
morte de Brown, que estava desarmado quando foi abordado pelo policial Darren
Wilson, causou uma série de protestos em Ferguson, aumentando a tensão racial
nos EUA e fazendo com que o governo americano reavalie o uso da força pela
polícia no país.
Uma
hora antes do início do velório, centenas de pessoas já formavam filas diante
da igreja batista Friendly Temple Missionary, em St. Louis.
Do
lado de dentro, o caixão de Brown, fechado, estava cercado de fotos do jovem.
"Não há adeus para nós, onde quer que você esteja você sempre estará nos
nossos corações", dizia um cartaz perto de uma das fotos.
Um
boné do time de beisebol Cardinals – o mesmo que o jovem usava no dia em que
foi morto— repousava em cima do caixão. Enquanto os lugares da igreja eram
tomados, muitos cantavam música gospel, dançavam e aplaudiam.
Entre
os presentes estavam ativistas dos direitos civis como Al Sharpton, Jesse
Jackson e Martin Luther King III. O presidente Barack Obama enviou três representantes
da Casa Branca ao velório. O enterro do jovem foi em uma cerimônia privada
apenas para parentes e amigos no cemitério de Saint Peter.
"Nós
devemos transformar esse momento em um movimento... rumo a soluções: como
lidamos com o policiamento agressivo do que é considerado crime de baixo
nível", disse Sharpton.
No
domingo, o pai de Brown – também chamado Michael Brown— pediu aos manifestantes
que parassem com os protestos na segunda-feira e observassem um “dia de
silêncio” para que a família pudesse velar o corpo do jovem.
"Amanhã,
tudo o que eu quero é paz", disse ele acompanhado dos pais de Trayvon
Martin, um adolescente negro da Flórida que, mesmo desarmado, foi morto por um
segurança comunitário em fevereiro de 2012. "Por favor, isso é tudo o que
peço."
Pausa
para o velório
O
pedido do pai de Brown pareceu ser atendido pelos manifestantes. Na delegacia
de polícia de Ferguson, onde um grupo vem fazendo vigília durante as duas
últimas semanas, um sinal anunciava uma "pausa para o velório".
Brown
estava desarmado quando foi abordado por Wilson em 9 de agosto. De acordo com a
autópsia, o jovem foi baleado seis vezes.
Um
júri está avaliando provas sobre o ocorrido, e uma investigação federal também
já está em curso. De
acordo com um promotor local, o processo pode durar até meados de outubro.
A
morte de Brown também fez com que Obama ordenasse uma revisão de programas
federais que financiam equipamentos militares para policiais. A medida tem como
objetivo determinar se esses equipamentos são apropriados e se os policiais que
os manuseiam recebem treinamento suficiente para usá-los.
Deutsche
Welle - RM/ap/afp/dpa/rtr
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