quinta-feira, 4 de setembro de 2014

CAVACO PÕE PONTOS NO IS NA DECLARAÇÃO QUE FEZ SOBRE O BES EM SEUL


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Cavaco vem citar no site da presidência o que disse sobre o BES durante a sua visita a Seul, refere o jornal i. Diz que é por uma questão de “transparência”. Realmente nas declarações que divulga no site Cavaco não explicita confiança no BES diretamente mas sim no Banco de Portugal, que, não sendo caso para tal, elogia. Portanto, Cavaco Transparente Silva veio pôr os pontos nos is e demonstrar que não enganou nenhum dos investidores BES, nem os portugueses na generalidade. Foram eles próprios que se baralharam, de tão baralhados que andam por via do regime e da atual situação de penúria. Provavelmente também porque Cavaco se confunde com alguns banqueiros...

Parece que nesta questão Cavaco está correto, sobrou uma manipulação da informação que até aqui no PG teve eco, o que não significa que a “transparência” de Cavaco em outras situações e questões seja assim tão transparente como quer sempre que acreditemos. Até porque ele é o criador dos tabus, dos silêncios, das fugas para a frente, das "tiradas" idiotas, das gafes... Um manhoso da política que se conserva há anos nos poderes efetivos ou como permanente eminência parda.

O seu desempenho nefasto na política de Portugal tem deixado a marca salazarista. E esse foi o regime derrubado em 25 de Abril de 1974. Cuja esteira é perseguida por Cavaco e governo, maioria na AR e outros nas suas ilhargas. Daí a pobreza extrema, a fome, o desemprego, as mortes, as injustiças que se vivem em Portugal. (MM)

Cavaco lembra o que disse sobre o BES por "uma questão de transparência"

Luís Claro – jornal i

A iniciativa de Belém surge no dia a seguir a Miguel Reis ter afirmado ao i que "houve clientes que foram convencidos a investir no BES por causa das declarações de Cavaco"

Cavaco Silva sentiu necessidade de publicar no site da presidência da República as declarações que fez, há mais de um mês, sobre a crise no BES. O Presidente esclarece que o faz "por uma razão de transparência" e transcreve, na íntegra, a resposta dada aos jornalistas, no dia 21 de Julho de 2014, em Seul.

A iniciativa de Belém surge um dia depois de o advogado dos pequenos accionistas, Miguel Reis, ter afirmado, numa entrevista ao i no início desta semana, que "houve clientes que foram convencidos, de forma fraudulenta e enganosa, a transformar os depósitos em acções, com base nas sucessivas declarações do Presidente da República e do governador do Banco de Portugal".

Cavaco não respondeu directamente, mas fez questão de lembrar as suas declarações sobre o caso BES. Em Julho, o chefe de Estado disse que "o Banco de Portugal tem sido peremptório, categórico, a afirmar que os portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo, dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa".

Nesta declaração, o Presidente apoiou-se na informação que lhe foi transmitida pelo Banco de Portugal e garantiu que "haverá sempre alguns efeitos" para a economia, mas "não vêm do lado do Banco, vêm da área não financeira".

Na declaração feita sobre a situação do BES, antes de ter sido anunciada a intervenção do Estado, o Presidente elogiava o Banco de Portugal por "actuar muito bem para preservar a estabilidade e a solidez do nosso sistema bancário". E garantia ainda que, de acordo com informação que tinha do banco central, a actuação do governador Carlos Costa tem "sido muito, muito correcta".

Não é usual o Presidente da República recorrer a este tipo de iniciativas, mas em Belém existe a convicção de que a declaração feita na Coreia do Sul estava a ser utilizada parcialmente.

A nota no site da presidência surge depois de Miguel Reis ter feito referência às afirmações do Presidente. Em entrevista ao i, o advogado critica ainda a actuação do Banco de Portugal, porque "garantiu que o Banco Espírito Santo era uma entidade segura, utilizando nuns momentos a expressão liquidez e noutros, solidez". E acrescenta: "E fê-lo com tanta veemência que foi reproduzido pelo próprio Presidente da República em Seul. Ora é muito estranho que a entidade a quem incube a fiscalização do sistema financeiro não soubesse o tipo de problemas que foram revelados a 3 de Agosto, da sua gravidade".


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