Apesar de defender
o federalismo não é a favor da independência ou da fragmentação política de
Angola
Voz da América, em Angola Fala Só
O federalismo é a
solução para se resolver as assimetrias e discriminação de que muitas regiões
de Angola se queixam, defendeu o presidente do Partido da Renovação Social,
Eduardo Kuangana.
Falando no “Angola
Fala Só” Kuangana fez notar, quando questionado por alguns ouvintes, que
isso não significa que o PRS seja a favor da independência ou da fragmentação
política de Angola.
“Nós não defendemos
em nenhuma altura a divisão do país”, disse o líder do PRS que aventou a
possibilidade de referendos para que regiões como Cabinda ou as Lundas decidam
o seu futuro.
“Defendemos um
estado federal em que todos tenham as mesmas regalias sem distinção de cor,
etnia ou língua”, disse.
O presidente do PRS
realçou que hoje os angolanos estão ligados entre diversas etnias, raças e
línguas tornando difícil a divisão do país mas ofederalismo, com o aumento dos
poderes locais é uma resposta aos sentimentos de discriminação que
existem.
“Os que falam na
divisão do país fazem-no porque têm os seus próprios interesses nisso”, disse
Kuangana que afirmou ainda que as autarquias poderão ser o primeiro passo para
o aumento do poder local.
Para isso o dirigente
do PRS defendeu que todos os dirigentes locais devem ser eleitos, desde o
município ao governador.
"35 anos de
poder do Presidente de Angola não é problema do homem mas do regime"
Eduardo Kuangana
iniciou o programa comentando os 35 anos de poder do Presidente José Eduardo
dos Santos, afirmando que isso é um reflexo da “falta de democracia” no país.
Contudo, disse, o
problema “não é do homem mas sim do regime”.
O dirigente do PRS
defendeu a este propósito que Angola precisa de instituições que funcionem
livre e independentemente do poder, como o sistema judicial.
“O problema está no
regime não na pessoa”, afirmou ainda que “ a corrupção está generalizada em
todos os sectores” da vida angolana.
“Não há nenhum
sector que não se queixe (da corrupção)”, disse, afirmando ainda que ”a
exclusão” de largos sectores da população continua a existir.
O sistema judicial
tem que ser independente com juízes independentes
“Os juízes não
podem ser nomeados pelo Presidente”, disse Kuangana que afirmou que a razão
porque muitos casos em tribunal não avançam ( “como o caso de Cassule e
Kamulingue”) é precisamente porque o sistema judicial não funciona
independentemente do poder político.
Neste momento em
Angola, disse “não há quem controle, quem fiscalize, quem verifica quem
funciona ou não”.
A pobreza tornou
muitos angolanos em “pedintes de favores” e isso beneficia o poder. Muitos, disse, para
terem pão precisam de aceitar as cacetadas.
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