domingo, 28 de setembro de 2014

O CALIFADO (4) - conclusão



Rui Peralta, Luanda (continuação - ler anteriores)

IX - Assistimos, nestes complexos tempos que correm, a uma espectacular engenharia  mediática que mistificou (tornou num fetiche) o  sempre indefinido conceito "fundamentalismo islâmico". As estratégias de  manipulação e  propaganda, em voga, criam problemas e numa fase seguinte oferecem soluções. Esta é uma metodologia designada por " problema/reacção/solução" e pode ser grosseiramente descrita da seguinte forma: Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar determinadas impressões no  público, para que este seja  mandatário das medidas que se desejam  fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique  a violência urbana ou organizar atentados sangrentos, para que o  público exija leis de segurança e políticas contrárias á manutenção da liberdade de viajar, de reunir ou de informar.

Uma grande  parte da actual visão  político-ideológica, é consequência das mentiras fabricadas pelos diversos poderes e a manipulação mediática tem um papel decisivo neste fenómeno. O "fundamentalismo", por exemplo, é um termo de uso comum, mesmo que não se saiba muito bem o que significa e seja utilizado nas mais variadas circunstâncias. Em sentido estrito, o termo "fundamentalismo" tem origem numa serie de panfletos publicados  entre 1910 e 1915 nos USA,  intitulados "Os Fundamentos: um testemunho da Verdade",  escritos por pastores protestantes e distribuídos gratuitamente nas igrejas e seminários. O objectivo destes pastores era alertar contra a  perda de influência dos princípios evangélicos no país, durante  as primeiras décadas do século XX. Pretendiam os seus autores efectuar uma declaração cristã da  verdade literal da Bíblia, sendo os seus defensores, considerados (auto-considerados, claro) "guardiões da verdade". Desde então,  fundamentalismo implica "retorno ás fontes, aos fundamentos".

No islamismo, o fundamentalismo preconiza a estrita observância das leis corânicas no âmbito da sociedade. Aspira a  voltar ás fontes ou seja ao Livro, á Sunna (tradição do  Profeta, ditos e actos de Maomé) e á Lei Revelada. É um resgate dos valores do Islão, o que pressupõe a restauração do Estado Islâmico e a oposição á inovação, considerada alienígena e portadora de valores contrários á tradição. No interior deste "amplo movimento" existem diversas tendências, distribuídas pelo cisma sunita e xiita, reveladas em organizações diversas e abrangendo todo o mundo, islâmico, de África ao Extremo Oriente, sem um fio condutor único, comungando de forma difusa alguns aspectos do direito islâmico, como a proibição do casamento entre mulher muçulmana e homem não muçulmano, proibição do muçulmano em mudar de religião, a não aceitação dos sindicatos e de organizações dos trabalhadores, os castigos corporais, a condenação do adultério ou a superioridade do muçulmano sobre o não muçulmano.

A maioria das tendências do fundamentalismo islâmico não estabelecem distinção  entre política e religião (no Irão, por exemplo, a direcção política recai nos líderes religiosos). Para o  fundamentalismo a restauração do Islão originário é a única  alternativa viável, a resposta religiosa frente aos fracassos, ás  crises e ao secularismo e o Ocidente é a principal causa dos males.  Nesta linha de pensamento, muitos dos problemas do mundo árabe actual são provocados pelo abandono da fé  islâmica, sendo essencial retornar ás fontes da fé, depurar todas as escórias e deformações provenientes e resultantes de  séculos de decadência (a pobreza, o atraso económico, a  dominação estrangeira devem-se, nesta óptica, ao abandono do Islão) e recuperar  a época dourada, vista hoje como paraíso perdido.  Este  fundamentalismo difundiu-se, principalmente, entre os estratos mais  pobres das sociedades islâmicas, camponeses expropriados e empurrados a emigrar para a cidade,  trabalhadores e pequena burguesia (os primeiros como assalariados, muitas vezes em situação precária, os segundos como proprietários) do sector da "economia dos bazares", uma parte do clero islâmico e na juventude (60 % da população muçulmana entre os 18 e os 25 anos está desocupada e tem um futuro incerto, independentemente das habilitações e formação técnica e profissional). É um movimento de carácter interclassista que se opõe á "modernidade laica". 

Como no Alcorão está escrito que aqueles que morram em defesa da fé  terão felicidade eterna, estas camadas mais pobres e necessitadas vêm-se  induzidas aos maiores sacrifícios para alcançar a felicidade habilmente explorada pelos seus lideres, que utilizam os textos  sagrados para alcançar os seus fins. Isto explica o terrorismo e os actos suicidas, difíceis de entender se partirmos da concepção ocidental (os norte-americanos e os ingleses foram confrontados com este problema na II Guerra Mundial, no Pacifico, frente ás forças japonesas e aos seus esquadrões Kamikazes). Quando um jovem islâmico lança-se carregado de  explosivos contra um objectivo está convicto de que essa é a "vontade de Deus" e que após a sua morte irá directamente  para o Paraíso onde residirá junto a Alá.  Este contexto de  miséria económica, desemprego e pobreza em que as massas islâmicas se encontram é o combustível do fundamentalismo islâmico, que encontrou no fascismo um discurso mobilizador e uma formula politica eficaz. 

X - Nos anos  cinquenta, sessenta e setenta, no mundo islâmico, existiam correntes de  esquerda bastante importantes. Na Síria, Iémen, Iraque, Egipto; Líbia e  outros países islâmicos existiam correntes nacionalistas de esquerda, apimentadas de socialismo (ou vice-versa, socialismo apimentado de nacionalismo, dependendo das circunstancias internas e externas) e existiram importantes movimentos de massas. No clima da  Guerra Fria alguns destes dirigentes, como Gamal Abdel Nasser ou Kadaffi (para referir dois dirigentes africanos) desafiaram o imperialismo ocidental e levaram a cabo  nacionalizações, estatizações e reformas radicais nos seus países. A partir desse momento, uma das pedras angulares da política imperialista foi  organizar, armar e fomentar o fundamentalismo islâmico moderno como uma  arma contra eventuais insurreições islâmicas e regimes nascidos de golpes nacionalistas, que procuravam alianças com o "campo socialista", CIA e Pentágono fizeram inflacionar os orçamentos e forneceram ajuda e formação, armamento e estrutura organizacional a grupos que combatiam, em nome do Islão, este processo de modernização das sociedades islâmicas. O caso da nacionalização do Canal do Suez, por parte do Egipto de Nasser, foi a faísca que incendiou este processo e décadas depois, o Afeganistão representou uma alteração nas formas de actuação dos USA, que através da CIA passaram a criar núcleos de combatentes islâmicos, precursores directos do fascismo islâmico actual, encarnado pelo Califado. A principal fonte de financiamento desta operações procederam  do narcotráfico. Numa primeira fase através do ópio turco e mais tarde, durante as operações contra os soviéticos e as forças nacionalistas no Afeganistão a rede internacionalizou-se, ate por efeitos da produção de ópio afegão e os fundos derivaram com a entrada da Arábia Saudita e dos Estados do Golfo nas estruturas de financiamento a operações da inteligência e contra-inteligência norte-americana (este processo de utilização do narcotráfico e de outros esquemas da economia paralela informal, iniciado pela estruturas da CIA, acabou por autonomizar-se e é, hoje, um mecanismo de funcionamento da economia capitalista á escala global). Hoje, cerca de 70 % da produção mundial de heroína procede dos clãs Afegãos e Paquistaneses e dos laboratórios localizados na fronteira entre ambos os países (onde se transforma o ópio em heroína), instalados  com a ajuda da CIA. 

Em sociedades onde os Estados são  incapazes de proporcionar os serviços básicos de saúde e educação, o fascismo islâmico utiliza estas  privações para construir as suas próprias forças, prosseguindo a politica dos grupos fundamentalistas (foi desta forma que o Hamas se instalou em Gaza, ou que o Hezzbollah ganhou um papel predominante no Líbano, para citar dois exemplos que acabam por fugir á hegemonia norte-americana, mas para o qual os USA contribuíram. É o preço de não ler correctamente as dinâmicas internas e pensar que o mundo é determinado pela externalidade das dinâmicas sociais, politicas, culturais e económicas). Escolas religiosas formam a carne para canhão e ocupam o lugar das escolas publicas laicas. Clínicas e hospitais de campanha tapam o buraco da ausência de um esboço sequer de politica de saúde. O clima de desespero das grandes massas islâmicas – em particular da juventude – gera a tentação da violência e é aqui que residem as raízes dos movimentos fascistas e da sua estratégia terrorista. Em toda e qualquer parte do mundo. O Ocidente parece nada ter aprendido com o seu passado recente, crivado pelos actos da barbaridade fascista, como a II Guerra Mundial e o Holocausto, a Alemanha sob domínio nazi, a Itália debaixo da bota fascista e o Japão militarista.

XI - As linhas de montagem mediáticas do poder no Ocidente – com Washington á  cabeça – confunde fundamentalismo islâmico com terrorismo, batendo tanto nesta tecla, que hoje a realidade mistura-se com a mentira criada pelos propagandistas. O novo perigo, para esta engenharia comunicacional, não é o comunismo, nem o narcotráfico, mas sim o "terrorismo internacional de cunho islâmico".  Surgem diabólicas figuras como Osama Bin Laden (já morto) ou Abu al-Baghdadi (o líder do Califado). Os atentados suicidas são noticias diárias, quotidianas, que acompanham o telespectador na hora da refeição, assim como os números da morte no Afeganistão, Iraque, Síria, Somália, Líbia...Enquanto mastiga o almoço ou o jantar o telespectador ocidental pode ver as mulheres com os rostos tapados e os corpos cobertos sem ponta de pele á mostra.

É uma realidade martelada que tenta comprovar os "maus que estes tipos são, vejam as mulheres deles e como vivem" e que é depois passada para actos como passar nos aeroportos a pente fino tudo o que é suspeito de ser islâmico, porque é terrorista, ou olhar de lado nas ruas, camuflando os centros comerciais e turísticos do Dubai e dos Emiratos, os investimentos estrangeiros provindos do mundo islâmico (que na África não islâmica são imensos e aparecem com as mais diversas formas, muitas vezes sob a forma de médios e pequenos investimentos) e focando, essencialmente, o fanatismo religioso e o terrorismo. O fundamentalismo islâmico é um bom negócio para as grandes corporações da industria mediática e o terrorismo islâmico é o ganha pão da industria de segurança e de muitos serviços dos Estados que encontraram nessa fórmula uma forma de manter o emprego e pôr a trabalhar o cunhado, o genro, a irmã ou o filho. Bem explorado serve para todas as carapuças.

Fundamentalmente esconde-se o que seria obvio se não vivêssemos num mundo alienado pela realidade única, económica, de vistas curtas e cérebros atrofiados. A "guerra contra o terrorismo" é uma formula que justifica as manobras estratégicas de hegemonia dos USA, da U.E e seus parceiros de negócios. Actos de terror contra interesses dos USA ou da Europa apenas serviram para a ingerência e agressão imperialista. Olhe-se para o continente africano e veja-se os avanços da AFRICOM e consegue-se compreender o objectivo final da manipulação. Veja-se a Europa e compare-se a actualidade com 15 anos atrás, para não ir muito longe: a liberdade de movimentos, a liberdade de viajar, o conhecer o mundo e o Outro, o não ver policias a todo o instante, a curiosidade e o prazer de conhecer e comunicar...Hoje, nos escombros causados pela crise, no meio das campanhas propagandísticas da segurança, resta a desconfiança...

A liberdade religiosa e a tolerância correm o risco de tornarem-se bens raros e com a sua raridade asfixiam-se todas as outras liberdades, direitos e garantias, substituídos pela obrigação da eficiência, da produtividade e pelo culto da segurança. As fronteiras voltam a fechar-se sobre si próprias e apenas os capitais e mercadorias têm liberdade de movimentos. O fundamentalismo islâmico é uma marca registada pelas corporações dos media e da industria de segurança, com a cumplicidade das elites ocidentais, dos USA, da U.E. e da NATO, para permitir cobrir os riscos da grande aventura cosmopolita que o actual estágio da economia-mundo exige e que implicaria a certidão de óbito das actuais elites, que nada são sem o espaço nacional inserido, seja no centro ou nas periferias.

Quanto ao crente na fé islâmica, que se cuide: o rotulo está colocado na testa! A tolerância terminou no 11 de Setembro, para gozo dos intolerantes e dos invasores, afinal, uma e a mesma coisa.

XII - Na agenda da inteligência militar dos USA estes produtos mediáticos obedecem a dois tipos de  construções: Uma, verdadeira, associada ás redes secretas do  terrorismo e outra, fabricada, para consumo mediático. A primeira forma e treina o soldado, preparando-o para os actos de terrorismo, a segunda transforma-o num produto vendável, uma entidade espectral. Os resultados são sempre funcionais aos  interesses estratégicos, políticos e económicos de Washington.

Da mesma forma que utilizou o fascismo islâmico e os núcleos integristas islâmicos para as suas operações encobertas na Ásia e nos Balcãs, agora a CIA fabrica a psicose terrorista que servem os USA para justificar as novas invasões militares necessárias  ao redesenhar planetário que a deslocação do centro financeiro implica, de forma a que os USA não se tornem uma região periférica, mas que permaneça ligada ao centro de decisão (como aconteceu com a Inglaterra, quando o centro financeiro mundial se deslocou de Londres para Washington).

Investigações realizadas pelo FBI e pelo Financial Crimes Enforcement Network (FCEM), determinaram as conexões do  clã Bush com o clã  Salem Bin Laden (dirigido pelo pai de Bin Laden) e o BBCI (Bank of  Credit & Commerce). A investigação revela que os sauditas  utilizaram o BCCI para realizar lavagem de dinheiro, tráfico de  armas e canalização dos fundos para as operações encobertas da CIA na Ásia e América Central, que implicavam subornos a  governos. Este é um exemplo dos "processos de laboratório" dos novos produtos mediáticos e da maquinaria da propaganda e manipulação. O medo foi instalado, os negócios foram feitos, os lucros aplicados, o medo tem de ser perpetuado, para os negócios continuarem e os lucros aumentarem.

Quanto á aldeia global morrem, por dia, 6 mil pessoas de diarreia, 11 mil de fome, cerca de 4 mil pela SIDA, 150 por consumo de drogas, 720 por acidentes rodoviários e 11 são vitimas de "terrorismo".

XII - Os novos esquemas de vigilância, impostos a nível internacional, são eficazes a aterrorizar e incomodar cidadãos, mas ineficazes para fazer face a redes bem estruturadas, como são as que se movimentam nos cenários mundiais do terrorismo, narcotráfico, lavagem de dinheiro, etc. Têm, estes esquemas, o mesmo efeito que as operações stop: manda-se parar toda a gente, ou segue-se um critério arbitrário e havemos de descobrir condutores embriagados, drogas leves, tipos que conduzem sem carta, viaturas não seguradas, etc. Em contrapartida agiu-se arbitrariamente sobre 95% de inocentes, que tinham tudo em dia. Incomodaram-se pais que saíram para passear com os filhos, incomodou-se turistas que vêm para gozar as paisagens com o esforço das suas poupanças, incomodou-se os contribuintes, que pagam os custos de todas estas operações, aparentemente necessárias, mas só aparentemente, pois o motivo real da sua existência é dar emprego, manter pessoas ocupadas, que de outra forma não teriam qualquer utilidade funcional.   

A efectividade das politicas de segurança em curso é um contra senso. Parte-se do princípio errado de que tudo e todos são suspeitos, sendo que estes "todos" são, na sua maioria, os contribuintes, cidadãos que, em ultima analise, deveriam ser os mais beneficiados pelas medidas de segurança e não os mais afectados. Por isso a segurança é, no momento, o maior inimigo do cidadão, um meio de o despir dos seus direitos (inclusive da propriedade, um direito natural á luz da filosofia do direito ocidental), uma canção de embalar cuja letra assenta nos medos colectivos engendrados pelos que não aceitam as regras do jogo democrático e que pretendem enganar os mecanismos de mobilidade social e as engrenagens do rejuvenescimento das elites. O fascismo islâmico serve este objectivo das elites ocidentais de duas formas: cria a necessidade de segurança, fazendo avançar o fascismo no Ocidente e mantém o mito da superioridade da civilização Ocidental, fazendo implantar o fascismo no Ocidente e legitimando a sua ascensão a Oriente.

No fundo estamos a falar de farinha do mesmo saco, sejam farelos do Ocidente ou Oriente, do Norte ou do Sul.

XIII - Os bombardeamentos aéreos e o lançamento de mísseis Tomahawk nas últimas horas sobre território sírio, sob a capa de combater o ISIL é a mais recente invenção da máquina de guerra dos USA. A administração Obama tenta desde o inicio da agressão á Síria, uma forma de ataque directo, sem rodeios, deixando o país num caldo caótico, como aconteceu com o Iraque, a Somália, o Afeganistão e a Líbia.  Claro que os bombardeamentos não se dirigem directamente contra Damasco, nem contra instalações militares ou do governo, pelo menos por enquanto. Por ora estão dirigidas ás forças do Califado e á primeira vista, sem muita reflexão, pode parecer que os ataques norte-americanos contra o Estado Islâmico favorecem o governo sírio de Al Assad. Mas este é um argumento que contorna o objectivo a longo prazo, que é o derrube do regime sírio e a sua substituição por um "governo funcional" como o da Líbia ou da Somália...

Os sírios são submetidos a uma dupla agressão: a da NATO (cujo secretário-geral é a prova comprovada que afinal algo vai podre no Reino da Dinamarca) com os USA á cabeça e com o apoio dos Estados do Golfo; e a do Califado Fascista, disfarçado de Estado Islâmico.

Por outro lado estes bombardeamentos, ao contrario do que acontece no Iraque, violam alguns princípios básicos, porque são efectuados por um país, ou por um consórcio de países, que bombardeiam um terceiro, sem que convidem o Estado deste a participar na coligação e declarando abertamente que dão apoio ás forças que se opõem ao Estado do pais bombardeado. É uma posição curiosa em termos de direito internacional e que deveria ser merecedora de um estudo aprofundado por parte dos especialistas na matéria (dos especialistas e não dos papagaios que ainda cheiram a recém-licenciados ou recém-qualquer- coisa em termos académicos e que usam fatos largos, para parecerem mais responsáveis).

XIV - O que está em perigo? A liberdade do crente e do não-crente. A liberdade de expressar a fé e a de expressar a razão. A tolerância, mãe da liberdade e a liberdade, irmã da dignidade. Está em perigo, meus caros, a Humanidade...

Fim

Fontes
Rodinson, M. Islão Politico e Crença Instituto Piaget, Lisboa, 1997
Almeida, E. C. Fundamentalismo Islâmico: A Ideologia e o Estado Ed. Autonomia 27, Azeitão, 2003
Amin, S. Os desafios da mundialização Ed. Dinossauro, Lisboa, 2000
Graça, P.G. Historia do Presente e Intelligence nas Relações Internacionais IISA, Luanda, 2010
Braudel, F. La Dynamique du Capitalisme Ed. Arthaud, Paris, 1985
New York Times, August, 27, 2014
New York Times, August, 28, 2014
www.democracynow.org
www.rebelion.org
www.lewrockwell.com
www.economicpolicyjournal.com

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