A
saber, fruto de breve pesquisa, podemos concluir que hoje é dia de eleições com
fartura pelo nosso planeta. De leste a oeste, de norte a sul.
Para
além do Brasil o vizinho Uruguai escolhe hoje presidente e governo. A leste
também a Ucrânia vai às urnas e disso damos conta já a seguir. Mais a sul, no
norte de África, é a vez dos eleitores tunisinos votarem. Elegem primeiro
Parlamento desde a revolução de 2011.
Evidentemente
que no Página Global vamos dispensar total prioridade às eleições do segundo
turno no Brasil, tanto ou melhor que a cobertura atualizada que fizemos nas
eleições do primeiro turno, de onde foram apurados os dois candidatos
mais votados, Dilma Rousseff e Aécio Neves. Mais em baixo, no Página Global, já
pode ler algo sobre o tema.
Redação
PG
Uruguai
escolhe hoje presidente e governo
Mais
de 2,6 milhões de uruguaios vão eleger hoje o seu futuro presidente e definir a
nova composição do parlamento, em eleições com sufrágio obrigatório e com as
sondagens a apontarem para uma segunda volta presidencial.
Todas
as projeções indicam que o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), da
coligação de esquerda Frente Ampla (FA) será o mais votado com cerca de 43% dos
votos, mas ainda longe dos 50% necessários para garantir a vitória na primeira
volta das presidenciais.
Na
segunda posição entre sete candidatos, e com pouco mais de 30%, surge o
deputado Luis Lacalle Pou, do conservador Partido Nacional ou
"Branco" e principal força da oposição. Mais distanciado (15%) está o
senador Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, que durante décadas hegemonizou
a vida política do país mas está agora remetido a segunda força da oposição.
Vázquez
e Lacalle deverão disputar a segunda volta, já marcada para 30 de novembro, e
quando o ex-guerrilheiro tupamaro José "Pepe" Mujica, 79 anos,
abandona o cargo com altos níveis de popularidade.
Os
uruguaios vão eleger em paralelo o futuro parlamento, formado por 31 senadores,
incluindo o vice-presidente da República, e 99 deputados em representação dos
19 departamentos.
As
sondagens também indicam que a coligação de esquerda, que agrupa uma dezena de
partidos, incluindo socialistas, comunistas, marxistas, sociais-democratas,
independentes e os ex-tupamaros de "Pepe" Mujica, poderá perder a
maioria que detém no Senado e na câmara de deputados, apesar de também vencer o
escrutínio.
O
futuro presidente uruguaio deverá ser empossado em 1 de março de 2015, enquanto
"Pepe" Mujica -- apesar dos seus problemas de saúde também motivados
pelos 15 anos que passou nas prisões da ditadura, em particular entre 1972 e
1985 -- aceitou encabeçar as listas para o Senado do seu partido.
De
acordo com a agência Efe, a segurança pública constitui a principal preocupação
dos uruguaios e foi o tema que motivou as discussões mais intensas durante a
campanha eleitoral.
TSF
Ucrânia Legislativas
antecipadas vão confirmar hegemonia das forças pró-ocidentais
A
Ucrânia realiza hoje as primeiras eleições legislativas desde a conquista do
poder pela oposição pró-ocidental e oito meses após os protestos na praça
Maidan, com uma perspetiva de reforço político para o atual governo de Kiev.
A
generalidade dos observadores admite que a nova Rada Suprema (parlamento) que
sair do escrutínio antecipado vai confirmar a hegemonia da corrente
representada pelo Presidente Petro Poroshenko, e pelo primeiro-ministro Arseni
Iatseniuk, quando prossegue a rebelião no leste com maioria de população
russófona.
O
cenário político ucraniano alterou-se desde as manifestações das oposições do
último inverno na praça Maidan -- a emblemática praça da Independência em Kiev
e epicentro dos protestos --, que implicaram o derrube do ex-Presidente Viktor
Ianukovitch, considerado um aliado de Moscovo.
Entre
novembro de 2013 e fevereiro de 2014 impunham-se três forças políticas que
contestavam Ianukovitch: o Batkivchtchina (Pátria) da ex-primeira-ministra
Julia Timoshenko e de Iatseniuk, que entretanto formou outro partido; o Udar
(Golpe) do ex-boxista Vitali Klitschko, e o ultranacionalista Svoboda
(Liberdade).
Após
a alteração do poder em Kiev, e a vitória nas presidenciais de 25 de maio do
magnata Poroshenko, a plataforma eleitoral que lidera e à qual aderiu Klitschko
surge como a favorita nas sondagens, com entre 24% e 40% das intenções de voto
dos eleitores que já fizeram a sua escolha.
As
sondagens colocam na segunda posição (12,9%) o Partido Radical de Oleg Lyashko,
um político polémico e populista e com posições muito duras face aos rebeldes
pró-russos das regiões de Donetsk e Lugansk. Segue-se a Frente Popular do
primeiro-ministro Iatseniuk (10,8%), o Samopomitch (8,5%), principalmente
integrado por militantes da sociedade civil, e a formação de Timoshenko (7,5%).
Estas
sondagens apenas abrangem 225 dos 450 deputados, e eleitos por lista. A outra
metade será escolhida em circunscrições onde não foram divulgadas quaisquer
projeções.
Todas
as formações que surgem nas sondagens são pró-ocidentais, uma alteração
substancial face às legislativas de 2012 quando o Partido das Regiões, de
Ianukovitch, refugiado desde fevereiro na Rússia, venceu o escrutínio com 30%
dos votos. Esta formação anunciou em setembro que não ia concorrer às eleições
de domingo.
No
entanto, mais de um terço dos eleitores permanece indeciso e a sua opção poderá
ser decisiva para os partidos que gravitam em torno dos 5% de votos, a barreira
necessária para entrar no parlamento, caso do Partido Comunista (13,1% em 2012)
e que se arrisca agora a desaparecer da vida política do país após diversas
argúcias legais.
Quanto
ao leste do país, com maioria de população russófona, os habitantes destas
zonas rebeldes não votam hoje, e os líderes locais já anunciaram eleições
"paralelas" para 02 de novembro.
A
própria Comissão eleitoral já reconheceu que nas regiões separatistas apenas
será possível votar num número muito restrito de circunscrições controladas
pelo governo central.
Tunísia 5,2
milhões elegem primeiro Parlamento desde a revolução de 2011
A
Tunísia elege hoje o primeiro Parlamento desde a revolução de 2011, na
expetativa de consolidar uma democracia que, embora frágil, é uma exceção nos
países da "primavera árabe".
Depois
de três semanas de campanha, 5,2 milhões de eleitores são chamados às urnas
para eleger 217 deputados numa votação em que o partido islamita Ennahda, vencedor
das primeiras eleições livres, em 2011, parte como favorito.
Depois
de fortes divergências, os partidos políticos tunisinos cederam à pressão da
sociedade civil e aceitaram envolver-se em longas negociações que, em janeiro,
permitiram a adoção de uma Constituição consensual e da marcação das
legislativas de domingo e de presidenciais a 23 de novembro.
Este
contraste com os outros países da "primavera árabe" é destacado pelo
Ennahda para justificar a "inevitabilidade" de uma vitória, mesmo
tendo sido durante a sua passagem pelo poder que ocorreram os incidentes mais graves
da Tunísia pós-revolução, como o ataque à embaixada dos Estados Unidos em 2012
e a crise política provocada pelo assassínio de dois opositores em 2013.
Para
muitos analistas, no entanto, é cedo para declarar a Tunísia um modelo, até
porque as eleições se vão realizar com um atraso de dois anos em relação ao
calendário inicial e falta ainda consolidar a democracia, voltar ao crescimento
e reforçar a classe média, sem recurso ao autoritarismo.
Centenas
de listas apresentam-se a estas legislativas, representando desde
ex-responsáveis do regime deposto de Zine Abidine Ben Ali, partidos seculares,
extrema-esquerda e outras formações islamitas.
Como
um todo, o panorama político é semelhante ao verificado nas eleições para a
Assembleia Constituinte em 2011: um partido islamita, proibido nos tempos da
ditadura, que conta dezenas de milhares de militantes, enfrenta uma oposição
muito dividida por divergências ideológicas numa eleição por sistema
proporcional que retira aos pequenos movimentos capacidade de eleger deputados.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário