O
secretário-geral da CGTP defendeu hoje junto do PS a necessidade de Portugal
romper com o Tratado Orçamental da União Europeia e renegociar a dívida, mas
considerou que há uma continuidade de posições entre os socialistas.
Arménio
Carlos falava aos jornalistas depois de ter estado reunido primeiro com o PCP e
depois com o PS, na Assembleia da República, sobre a proposta do Governo de
Orçamento do Estado para 2015, cujo debate na generalidade está agendado para
quinta e sexta-feira.
"Pensamos
que não é apenas necessário mudar de política, como também é preciso romper com
o Tratado Orçamental para colocar a economia ao serviço das pessoas",
afirmou o secretário-geral da CGTP-IN, adiantando que, em relação ao PS, a sua
confederação sindical apresenta diferenças ao nível das soluções.
De
acordo com Arménio Carlos, o PS "entende que deve continuar a manter o
Tratado Orçamental como referência para o desenvolvimento da sua política e a
CGTP-IN entende que esse tratado queima todos os governos, sejam de direita ou
não".
"Em
relação à dívida, pensamos que é necessário renegociá-la para o país ter
condições de pagar aquilo que deve. Só em 2015 a dívida vai levar 8,9
mil milhões de euros, mais do que o orçamento do Serviço Nacional de
Saúde", apontou.
Interrogado
se entende haver diferenças entre o anterior PS liderado por António José
Seguro e o atual que tem o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, como
candidato socialista a primeiro-ministro, o secretário-geral da CGTP-IN
respondeu: "Acho que não há grandes diferenças".
"Há
uma nova direção, que nós respeitamos. O que importa é procurar encontrar
soluções para o futuro", declarou.
Questionado
se existem inconstitucionalidades na proposta de Orçamento do Estado, Arménio
Carlos sustentou a tese de que o Governo "terá aprendido com os erros que
cometeu nos anos anteriores".
"Continuamos
a aprofundar essa análise para vermos até que ponto se justifica avançar com
uma eventual proposta de fiscalização [junto do Tribunal Constitucional]. Não
temos o processo ainda acabado e se houver condições para suscitar a
fiscalização de alguma matéria, naturalmente, tomaremos essa decisão",
declarou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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