MARGARIDA GOMES - Público
Primeiro-ministro,
acompanhado pelo ministro da Educação e Ciência, inaugurou o Centro Escolar de
Forjães, em Esposende, frequentado por cerca de 180 crianças do pré-escolar e
primeiro ciclo. Os manifestantes ficaram à porta.
O
primeiro-ministro e o ministro da Educação e Ciência foram esta segunda-feira
alvo de vaias e apupos por parte de sindicalistas, alguns professores e
estudantes, à entrada do Centro Escolar de Forjães, no concelho de Esposende,
que seria inaugurado pouco depois. Mas na cerimónia, Passos Coelho preferiu
elogiar Nuno Crato, mesmo confessando que este tinha posto o seu lugar à
disposição.
O primeiro a
Forjães chegar foi o ministro da Educação, que foi recebido com uma enorme vaia
pelos populares, mas a o protesto maior aconteceu quando o primeiro-ministro
saiu do carro. Os manifestantes, que se encontravam a cerca de uma centena de
metros da escola, perante o olhar atento de dezenas de agentes policiais,
gritaram "demissão", "demissão", palavras de ordem
misturadas com as sonoras buzinas que muitos deles traziam.
Passos
ignorou os apupos e dirigiu-se a um grupo de crianças bem pequenas do
pré-escolar que o esperavam para cantar. Mas os protestos eram tão estridentes
que quase abafaram as canções que os mais pequenos entoavam com alguma timidez.
O
primeiro-ministro trocou depois algumas palavras com os mais pequeninos e
entrou na escola para presidir à inauguração do centro escolar, que se
encontra a funcionar desde o início do ano escolar. Indiferentes à cerimónia,
os manifestantes continuavam a lançar palavras de ordem e a exibir cartazes e
bandeiras vermelhas da CGTP-IN. "Passos escuta o povo está em luta",
gritavam.
Lá
dentro, Passos Coelho quis deixar claro o apoio ao seu ministro: "Foram
tempos conturbados e o senhor ministro da Educação pôs o seu lugar à
disposição", disse, reconhecendo publicamente que Crato chegou a
pedir a demissão do cargo na sequência dos problemas do arranque do
ano lectivo, com a colocação de professores.
Mas
Passos deixou claro que não a aceitou: "[Nuno Crato] nunca
evitou agarrar o problema [...], o que significa que acertei quando o escolhi
para ministro da Educação", frisou o primeiro-ministro.
Durante
todo o tempo, tanto perante os protestos como na cerimónia de inauguração
do centro escolar, Nuno Crato manteve-se impávido. E nenhum dos dois falou
aos jornalistas.
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