segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Portugal: Passos elogia Crato à margem dos apupos que ambos receberam em Forjães



MARGARIDA GOMES - Público

Primeiro-ministro, acompanhado pelo ministro da Educação e Ciência, inaugurou o Centro Escolar de Forjães, em Esposende, frequentado por cerca de 180 crianças do pré-escolar e primeiro ciclo. Os manifestantes ficaram à porta.

O primeiro-ministro e o ministro da Educação e Ciência foram esta segunda-feira alvo de vaias e apupos por parte de sindicalistas, alguns professores e estudantes, à entrada do Centro Escolar de Forjães, no concelho de Esposende, que seria inaugurado pouco depois. Mas na cerimónia, Passos Coelho preferiu elogiar Nuno Crato, mesmo confessando que este tinha posto o seu lugar à disposição.

O primeiro a Forjães chegar foi o ministro da Educação, que foi recebido com uma enorme vaia pelos populares, mas a o protesto maior aconteceu quando o primeiro-ministro saiu do carro. Os manifestantes, que se encontravam a cerca de uma centena de metros da escola, perante o olhar atento de dezenas de agentes policiais, gritaram "demissão", "demissão", palavras de ordem misturadas com as sonoras buzinas que muitos deles traziam.

Passos ignorou os apupos e dirigiu-se a um grupo de crianças bem pequenas do pré-escolar que o esperavam para cantar. Mas os protestos eram tão estridentes que quase abafaram as canções que os mais pequenos entoavam com alguma timidez.

O primeiro-ministro trocou depois algumas palavras com os mais pequeninos e entrou na escola para presidir  à inauguração do centro escolar, que se encontra a funcionar desde o início do ano escolar. Indiferentes à cerimónia, os manifestantes continuavam a lançar palavras de ordem e a exibir cartazes e bandeiras vermelhas da CGTP-IN. "Passos escuta o povo está em luta", gritavam.

Lá dentro, Passos Coelho quis deixar claro o apoio ao seu ministro: "Foram tempos conturbados e o senhor ministro da Educação pôs o seu lugar à disposição", disse, reconhecendo publicamente que Crato chegou a pedir a demissão do cargo na sequência dos problemas do arranque do ano lectivo, com a colocação de professores. 

Mas Passos deixou claro que não a aceitou: "[Nuno Crato] nunca evitou agarrar o problema [...], o que significa que acertei quando o escolhi para ministro da Educação", frisou o primeiro-ministro.

Durante todo o tempo, tanto perante os protestos como na cerimónia de inauguração do centro escolar, Nuno Crato manteve-se impávido. E nenhum dos dois falou aos jornalistas.

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