Bissau,
29 out (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira,
pediu hoje aos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) um
apoio direto ao orçamento do país e ainda assistência técnica.
Simões
Pereira fez os pedidos na sua intervenção de abertura da reunião extraordinária
dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, que arrancou em Bissau, com
mais de três horas de atraso.
Após
enumerar os eixos estratégicos de governação da Guiné-Bissau, assente em
programas de emergência, de contingência e de desenvolvimento, que o próprio
apresentou em detalhes, o chefe do executivo guineense disse esperar da CPLP um
apoio direto ao orçamento, através de donativos ou empréstimos.
Através
destes mecanismo,s o Governo poderia fazer face ao pagamento de despesas do
Estado nomeadamente os salários e encargos oficiais, sustentou Domingos Simões
Pereira que espera inda receber da CPLP assistência técnica e reforço da
capacidade institucional na formulação de políticas e preparação de projetos
para uma mesa-redonda que Bissau pretende organizar em fevereiro com os
doadores.
De
forma genérica, o primeiro-ministro guineense conta obter da CPLP "uma
advocacia positiva" junto da comunidade internacional, afirmando que esta
ainda vê a Guiné-Bissau "com alguma desconfiança".
Falando
em nome das autoridades e do povo guineenses, Simões Pereira notou que a
presença dos ministros dos responsáveis lusófonos em Bissau "já de si é um
motivo de satisfação" uma vez que ajuda a dar credibilidade ao país.
Visivelmente
emocionado, o chefe do Governo guineense pediu aos responsáveis da comunidade
lusófona para desenvolverem um plano estratégico de ajuda à Guiné-Bissau no
âmbito da preparação da mesa-redonda com os doadores que deverá ter lugar em
fevereiro em Bruxelas, na Bélgica.
Sobre
os planos de governação, o primeiro-ministro guineense referiu que no âmbito de
plano de contingência, Bissau pretende reapreciar todos os contratos de
exploração de recursos naturais existentes no país e ainda clarificar acordos
internacionais nomeadamente celebrados com empresas portuguesas.
Neste
âmbito destacou o acordo aéreo com a Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) que
disse conter "hoje objetivos questionáveis" e ainda o entendimento
extrajudicial alcançado com a TERTIR (empresa de exploração portuária) a partir
do qual poderão ser desenvolvidas novas parcerias.
Depois
de abrir a reunião, Domingos Simões Pereira saiu da sala do conselho de
ministros guineenses, deixando a presidência dos trabalhos ao chefe da
diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres.
MB
// APN - Lusa
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