quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Hong Kong: “LIMPEZA” DAS RUAS E PRAÇAS GERA CONFRONTOS VIOLENTOS




Manifestantes e polícia entram em confronto violento

Hong Kong, 19 nov (Lusa) - Manifestantes pró-democracia e polícia entraram hoje em confronto em Hong Kong depois de um pequeno grupo ter tentado entrar no complexo governamental, numa altura em que avançam as operações de desimpedimento das ruas.

Cerca de uma centena de agentes da polícia usou gás pimenta e equipamento antimotim para combater os manifestantes, que agitavam chapéus-de-chuva, o símbolo do movimento.

As autoridades acabaram por deter quatro pessoas.

"A polícia condena veementemente os atos dos manifestantes, que perturbaram a ordem pública", disse a polícia, em comunicado.

Na origem dos confrontos esteve a tentativa de um grupo de cerca de 12 pessoas de entrar no Conselho Legislativo usando barricadas de metal como 'arma' improvisada para abrir caminho.

A estação televisiva de Hong Kong TVB emitiu imagens em que se ouve um manifestante dizer "Parte [a porta] e entra".

Há sete semanas que os manifestantes pró-democracia estão acampados em três principais zonas de Hong Kong, num protesto para exigir o sufrágio universal pleno no território.

Na terça-feira, as autoridades avançaram para retirada das barricadas e os jovens não ofereceram resistência.

No entanto, a postura parece ter sido alterada hoje. "Queremos que os protestos subam de tom. O Governo não respondeu às exigências dos manifestantes e dos residentes", disse à TVB um manifestante que falava com a cara parcialmente tapada.

Os líderes estudantis reforçaram o seu compromisso com um movimento pacífico.

"[Violência] não é algo a que queiramos assistir. Apelamos aos 'ocupantes' que se mantenham pacíficos e fiéis aos princípios da não-violência e que sejam participantes responsáveis no movimento dos guarda-chuvas", disse Lester Shum, da Federação de Estudantes de Hong Kong.

ISG // JCS

Milhares de polícias chamados para desbloquear ruas de Mong Kok

Hong Kong, 19 nov (Lusa) - Pelo menos 3.000 agentes - mais de um décimo da força policial de 28.000 agentes - vão ser enviados na quinta-feira para o bairro de Mong Kok, em Hong Kong, para ajudar a reabrir as ruas, segundo fonte da polícia.

"Vamos precisar de, pelo menos, três vezes mais agentes em Mong Kok", disse uma fonte da polícia da antiga colónia britânica ao jornal South China Morning Post, fazendo referência aos cerca de mil agentes que, na terça-feira, desbloquearam as ruas em Admiralty.

A polícia estima que entre 100 a 200 pessoas resistam à operação de desimpedimento da zona.

Os manifestantes pró-democracia ocupam há mais de sete semanas algumas das principais ruas da cidade em protesto contra a decisão de Pequim de escrutinar os candidatos a chefe do Governo antes da população poder escolher o seu líder.

Para os manifestantes, a candidatura deveria ser livre e a escolha seria feita pela da população.

Pequim autorizou que a população de Hong Kong escolha por sufrágio universal o seu líder que, no entanto, será alvo de uma pré-seleção por um comité eleitoral onde tem a maioria.

ISG // JCS - Foto Reuters

*Título PG

Sem comentários:

Mais lidas da semana