quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Oposição birmanesa de Suu Kyi admite "não poder ganhar" mudança na Constituição




Rangun, Birmânia, 19 nov (Lusa) -- O partido da oposição na Birmânia, liderado por Aung San Suu Kyi, admitiu hoje que "não pode ganhar" a batalha para mudar a Constituição que impede a prémio Nobel da Paz de candidatar-se à Presidência do país.

"Calculando matematicamente, nós não temos condições políticas para ganhar" esta batalha [de alterar os pontos principais da Constituição], disse o porta-voz Nyan Win, da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido que representa uma minoria no parlamento.

De acordo com Win, o "direito de veto dos militares no parlamento pode minar os esforços para debater o assunto durante esta legislatura".

Aung San Suu Kyi tinha feito campanha há alguns anos para a remoção da cláusula na Constituição que diz que alguém que se tenha casado com um estrangeiro ou que tenha um filho de nacionalidade estrangeira não pode concorrer à Presidência do país.

Suu Kyi, de 69 anos, casou-se com um cidadão inglês, que entretanto morreu, tendo os seus filhos nacionalidade britânica. O artigo da Constituição, herdada da junta militar, tem sido criticado como sendo adaptado para travar a carreira política do partido da oposição.

O presidente do Parlamento de Mianmar, Shwe Mann, anunciou na terça-feira passada um referendo para maio sobre quaisquer alterações votadas pelo parlamento nos atuais debates acalorados na capital Naypyidaw.

No entanto, o mesmo responsável disse ser "impossível implementar as alterações" até às eleições de novembro de 2015, vistas como um teste para a transição do país do regime militar.

RCP // ARA

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