Ao
fim de seis dias de detenção e prisão preventiva, José Sócrates dá o primeiro
passo de defesa, e rejeita todas as suspeitas. Em comunicado enviado à TSF, o
antigo primeiro-ministro diz que os crimes de que está indiciado são
«imputações absurdas, injustas e infundamentadas».
No
texto, enviado através do advogado João Araújo, José Sócrates afirma que a
prisão preventiva, decretada pelo juiz Carlos Alexandre, é uma decisão
«injustificada, e constitui uma humilhação gratuita».
O
antigo primeiro-ministro considera ainda que a detenção para interrogatório, na
sexta-feira passada, «foi um abuso», e fala do espectáculo montado em torno da
detenção dele, como «uma infâmia».
Aliás,
Sócrates começa o comunicado a sublinhar que está «há cinco dias fora do
mundo», e que só agora começa a tomar consciência de que «as imputações e as
circunstâncias devidamente seleccionadas» contra ele pela acusação, ocupam os
jornais e as televisões. O antigo líder socialista sublinha que essas fugas são
crime, contra a justiça e contra ele próprio.
Dizendo
não esperar que os jornais denunciem esse crime, e o quanto ele põe em causa a
lealdade processual e os princípios do processo justo, José Sócrates avisa que
«será em legítima defesa» que irá, «conforme for entendendo, desmentir as
falsidades lançadas» sobre ele e responsabilizar «quem as engendrou».
O
antigo primeiro-ministro afirma que vai defender-se com as armas do Estado de
Direito, as únicas em que acredita, e que «este é um caso da Justiça e é com a
Justiça Democrática que será resolvido».
A
dois dias do Congresso do PS, José Sócrates diz não ter dúvidas de que este
caso tem também contornos políticos, sublinha que este processo é com ele e só
com ele, e que qualquer envolvimento do Partido Socialista só o prejudicaria a
ele, ao Partido e à Democracia. O antigo líder socialista diz-se sensibilizado com
a solidariedade de camaradas e amigos, mas afirma que quer manter o que for
matéria política à margem deste debate.
Sócrates
fecha esta primeira peça de defesa escrevendo «este processo só agora começou».
Paulo
Tavares - TSF
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