Patrícia
Martins Carvalho – Notícias ao Minuto
O
comentador Miguel Sousa Tavares disse hoje, no Jornal da Noite da SIC, que o
incidente que hoje teve lugar com Timor-Leste a expulsar cinco juízes, um
procurador e um oficial da PSP do país é “grave e preocupante”. Para o escritor
e jornalista, Timor esqueceu-se que “deve-nos imenso”, referindo ainda que
“quando os países se portam mal connosco Portugal deve cortar as relações ao
mínimo”.
O
governo de Timor-Leste anunciou, esta segunda-feira, a decisão de expulsar
cinco juízes, um procurador e um oficial da PSP do país, alegando a “falta de
capacidade técnica" dos mesmos para "dotarem funcionários timorenses
de conhecimentos adequados".
Para
Miguel Sousa Tavares “este incidente é grave e preocupante”, acusando ainda o
governo timorense de ter uma atuação que só se deve ter “quando há motivos
muito fortes como a espionagem, o que não é o caso”.
“Este
incidente é grave pela forma como é feito. Obviamente, Timor tem toda a
legitimidade para por fim aos contratos de cooperação. Mas dar-lhes 48 horas
para sair é coisa que se faz quando há motivos muito fortes, o que não é o
caso”, referiu durante o Jornal de Noite da SIC.
O
comentador lembra também que “desde que Timor assinou os acordos de petróleo
com a Austrália, as relações com Portugal vêm-se deteriorando”, sugerindo que
não se trata de uma coincidência.
“Como,
aliás, se viu na última cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) onde o Presidente da República, Cavaco Silva, foi praticamente humilhado
pelos timorenses que, além do mais, nos impuseram a adesão da Guiné à CPLP”,
lembrou.
Miguel
Sousa Tavares recordou a importância que Portugal teve no processo de
independência do território timorense e sublinhou: “Timor deve-nos imenso”.
Sobre
o futuro das relações diplomáticas entre Portugal e Timor, o jornalista referiu
que “Portugal tem obrigação de ter as melhores relações possíveis com as
antigas colónias, mas até certo ponto e esse ponto é a dignidade nacional”.
“Quando
os países se portam mal connosco, Portugal só tem uma maneira de reagir que é
cortar as relações ao mínimo”, atirou.
Para
concluir o seu comentário, Sousa Tavares defendeu a revisão de toda a
cooperação com Timor, “pois se os juízes são, subitamente, todos incompetentes
para lá estar, então também o são os professores e os médicos”.
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