quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Angola: O ANO DA VITÓRIA DA BADERNA



FESTAS FELIZES A TODOS AUTÓCTONES PATRIOTAS!

William Tonet – Folha 8 Digital (ao) – 31 dezembro 2014

2914 está a fazer a primeira es­quina para entregar o cronómetro ao 2015. E o que nos apraz fazer, nesta hora?

Balanço!

O que houve de bom e de mau em 365 dias.

POSITIVO

a) O regime criou os pri­meiros bilionários e milio­nários de Angola e África, constituindo um orgulho para uns poucos, claro, os do próprio sistema.

b) A corrupção foi institu­cionalizada, deixando de ser considerada um crime, para certos, governantes...

c) A violação grosseira da Constituição não constitui crime, pelo contrário, pre­meia o prevaricador.

d) O parlamento deixou de ser órgão fiscalizador do executivo, convertendo-se numa obsoleta e vergo­nhosa muleta do titular do poder executivo.

e) A maioria dos deputa­dos, traiu os eleitores, con­vertendo-se em caixas de ressonância do Presidente da República, em função das mordomias.

f) O Tribunal Constitu­cional transformou-se no guardião das vontades dis­cricionárias do actual Pre­sidente da República, ao invés das normas constitu­cionais e das claúsulas pé­treas da Constituição 2010.

g) A SONANGOL conver­teu-se na teta da família real e afins, deixando de ser uma empresa de orgu­lho nacional, para empresa falida de chacota interna­cional.

h) O Presidente da Re­pública, mostrou ter uma profunda responsabilidade irresponsável sobre o pro­jecto Kilamba, tanto que o programa com a SONIP/ DELTA resultou num pro­fundo fiasco, merecedor de procedimento criminal. Agora a vez é da empresa do MPLA: Imogestin. É o regabofe da má gestão pú­blica.

i) O Presidente da Repú­blica, sem nunca ter sido nominalmente eleito e tendo Angola um siste­ma parlamentar (art.º109.º CRA), converteu-se, por elucubrações jurídicas ga­binetais, em órgão de so­berania. Escandâlo! Cons­tituição, art.º 105.º.

j) Os cofres de Estado estão vazios. 2014. O BNA está na linha amarela. O BPC, também. Não há dinheiro! Roubaram-no ao povo, uns poucos, pois claro. Quem são? P’ra quê, dizer? Os au­tóctones sabem… Faliram a CAP. Abriram champa­nhe. Faliram o BESA. Abri­ram Moet & Chandon Brut Imperial.

k) O partido no poder de­monstrou em 2014, que cumpre o que promete: Trabalhar mais, para dis­tribuir melhor. Cumprin­do a profecia, distribuiram melhor os prejuízos da roubalheira ao povo, fican­do os mesmo do costume, com as contas refasteladas. O duplo aumento do pre­ço do combustível é disso uma prova, porquanto os dirigentes do regime con­tinuarão com as senhas subvencionadas, quer di­zer, não pagam combustível.

NEGATIVO

O regime estimulou o fosso das desigualdades sociais, violando grosseira­mente o princípio de igual­dade, art.º 23.º de consagra­ção constitucional.

Multiplicou o número de endinheirados institucio­nais e regimentais, pela ascendência, aumentando o número de pobres e dis­criminados pela descen­dência.

Os filhos do Presidente da República, José Eduardo dos Santos consagraram­-se como bilionária e milionários, as portas es­cancaradas dos cofres pú­blicos, terão contribuido grandemente, uma vez, o pai ter reconhecido, publi­camente, não ser herdeiro e que era pobre, no tempo colonial, no de partido úni­co e o seu salário, não ul­trapassar, em democracia os 15 mil dólares.

Mas em 2014, os irmãos e familiares seguiram o mes­mo comboio do riquismo fácil.

A Lei n.º 3/10 de 29 de Mar­ço, da Probidade Pública emergiu como artificio para graduar os generais mais ricos do mundo, três dos quais, com ligações intímas e sentimentais ao próprio gabinete pre­sidencial. Têm minas de diamantes, poços de petró­leo, bancos comerciais, su­permercados, bombas de combustíveis, etc, etc, etc.

Viver honestamente é um antidote para se ser go­vernante, mesmo quem entra agora como vice­-presidente, já tem vícios de mexer em coisa alheia. Desde espoliar à força ter­ras de pacatos populares, na zona do Futungo e na 21 de Janeiro, onde etá a erguer mais um supermer­cado da sua cadeia: Kero, imitando prática antiga de outros, que, pelos vistos, herdou na perfeição, daí o enriquecimento ilícito tra­fegando influências, que se arrastam desde a Sonan­gol, vox populis

O povo não teve liberdade, a democracia está amor­daçada, a comunicação social controlada e arre­gimentada e o Presidente insensível viola a própria Constituição, numa cla­ra demonstração dela ter sido feita, por mercenaries jurídicos, que vivem no es­trangeiro e aprovada, por deputados que não a le­ram. Porquê, pergunta-me o leitor. Simples. Quando o povo quer utilizar as nor­mas nela inserida, o regi­me se dá conta, não estar preparado para a sua apli­cação e respeitabilidade, face a tempera controleira dictatorial e ter sido um acidente, quer o art.º 47.º, direito de reunião e ma­nifestação, quer o 213.º e seguintes, sobre as autár­quias.

Nunca um regime que se diz democrático, proibiu, massacrou, espancou e as­sassinou manifestantes in­defesos, considerados 300 jovens frustrados, mas que metem medo ao Presiden­te da República, quem tem um exército privado e ainda transforma a Polícia Nacional, num corpo de auto- defesa partidária.

Os angolanos precisam de continuar a acreditar, numa mudança efectiva, por nada ser eterno, mais a mais quando o Papa Fran­cisco nos recordou, no 22 de Dezembro de 2014, es­tar o cemitério cheio de gente que se julgava in­substituível.

A mensagem é clara e directa. É para isso que lutamos, por um país me­lhor e uma democracia real. E temos de acreditar que com perseverança isto será possível. Que a crença em Jesus Cristo, seja a luz para chegarmos ao Pai, que abrirá a nova aurora em Angola, dan­do um fim ao corrupção, julgando os corruptos, devolvendo a justiça e a esperança de construir­mos um país melhor para todos os povos.

Ainda que este regime, que cada dia me enver­gonha mais, me assassine, em 2015, eu acredito que um dia o povo vai correr com esta baderna!

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