Pequim,
06 dez (Lusa) - A campanha anticorrupção na China deu um histórico passo em
frente hoje, com o anúncio da prisão do antigo chefe da Segurança Zhou
Yongkang, considerado até há pouco tempo um dos homens mais poderosos do país.
Zhou
Yongkang, 72 anos, é o primeiro ex-membro do Comité Permanente do Politburo do
Partido Comunista Chinês (PCC) preso por corrupção desde a fundação da
Republica Popular da China, em 1949.
Em
julho passado, a Comissão Central de Disciplina do PCC anunciou que estava a
investigar Zhou Yongkang, mas especulava-se sobre se a atual liderança teria
força para enviar o caso para as instâncias judiciais e processá-lo
criminalmente.
"A
Suprema Procuradoria Popular abriu uma investigação sobre os suspeitos crimes
de Zhou Yongkang e decidiu prendê-lo de acordo com a lei", anunciou a
agência noticiosa oficial chinesa Xinhua hoje de madrugada (hora local).
O
Comité Permanente do Politburo do PCC, composto apenas por sete elementos e
liderado pelo secretário-geral do partido, o cargo político mais importante do
país, é a cúpula do poder na China.
Durante
os cinco anos em que fez parte daquele órgão, até novembro de 2012, Zhou
Yongkang supervisionou o aparelho de Segurança da China, incluindo policia e
tribunais. Diz-se que dispunha de um orçamento superior ao das Forças Armadas.
Zhou
Yongkang aderiu ao PCC em 1964 e fez grande parte da sua carreira no setor
petrolífero, um dos mais ricos monopólios estatais. Antes de chegar ao topo do
poder, dirigiu a organização do Partido na província de Sichuan, no sudoeste da
China, e foi ministro da Segurança Pública.
Dezenas
de antigos colaboradores e familiares de Zhou Yongkang, entre os quais um
filho, Zhou Bin, foram presos ao longo deste ano.
Zhou
Yongkang "abusou do seu poder para ajudar familiares, amantes e amigos a
obter grandes lucros em negócios que causaram graves prejuízos ao património do
estado", disse a Xinhua, citando conclusões da investigação feita pela
Comissão Central de Disciplina do PCC.
O
antigo líder é acusado de ter aceitado "elevados subornos" e de
"desvendar segredos do Partido e do país".
Como
outros lideres afastados por corrupção e abuso do poder, Zhou Yongkang foi
também acusado de ter "cometido adultério com um certo número de
mulheres" e de ter "trocado o poder por sexo e por dinheiro".
O
combate à corrupção, considerado "uma luta de vida ou de morte" para
assegurar a credibilidade do PCC e a sua permanência no poder, tem sido uma
prioridade desde que o atual presidente, Xi Jinping, assumiu a chefia do
Partido, há dois anos.
Xi
Jinping prometeu "combater tanto as moscas como os tigres", numa
alusão aos altos quadros do PCC que durante muito tempo pareciam agir com total
impunidade.
Um
ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, o general Xu Caihuo, e dezenas
de outros quadros dirigentes já foram presos.
A
atual liderança chinesa insiste que "ninguém está acima da lei",
tentando contrair a generalizada ideia de que "o primado da lei"
ainda não é a regra e que em muitos aspetos "a China é governada por
homens e não pelas leis".
Xi
Jinping, entretanto, está a emergir como um dos mais fortes líderes chineses
das últimas décadas. Já lhe chamaram "Imperador Xi" e
"Presidente Imperial".
A
corrupção, na China, é um dos crimes punidos com a morte, mas nos casos mais
graves julgados recentemente a pena capital tem sido substituída por prisão
perpétua.
AC
// SO
China
prendeu antigo chefe da Segurança
Pequim,
05 dez (Lusa) - As autoridades chinesas prenderam o antigo chefe da Segurança
Zhou Yongkang, considerado até há pouco tempo um dos homens mais poderosos da
República Popular da China, anunciou hoje a agência noticiosa oficial 'Xinhua'.
"A
Suprema Procuradoria Popular abriu uma investigação sobre os suspeitos crimes
de Zhou Yongkang e decidiu prendê-lo de acordo com a lei", anunciou a
'Xinhua' num despacho de quatro linhas difundido pouco depois da meia-noite
(04:00 de sexta-feira em Lisboa).
Zhou
Yongkang, 72 anos, é o mais alto líder chinês preso por corrupção desde que o
Partido Comunista Chinês (PCC) tomou o poder, em 1949.
Entre
2008 e 2012, Zhou Yongkang fez parte do Comité Permanente do Politburo do PCC,
a cúpula do poder, composta por apenas sete elementos.
Zhou
Yongkang tinha o pelouro das questões jurídicas e de segurança, controlando
diretamente os tribunais e forças de polícia.
A
Comissão Central de Disciplina do PCC anunciara em julho passado que Zhou
Yongkang estava a ser investigado por "graves violações da
disciplina", designação usada habitualmente para os crimes de corrupção e
abuso do poder.
Dezenas
de antigos colaboradores e até familiares do antigo líder foram presos ao longo
do ano.
A
notícia da prisão de Zhou Yongkang foi precedida pelo anúncio da sua expulsão
do PCC.
"A
investigação do caso está a decorrer de acordo com a lei", disse a Suprema
Procuradoria-Popular num comunicado citado pela 'Xinhua'.
O
combate à corrupção, assumido como "uma luta de vida ou de morte"
para manter a credibilidade do PCC e assegurar a sua permanência no poder, tem
sido uma prioridade desde que o atual presidente, Xi Jinping, assumiu a chefia
do Partido, há dois anos.
Um
ex-vice-presidente da Comissão Militar Central e dezenas de outros quadros
dirigentes já foram presos, numa das mais duras e persistentes campanhas do
género realizadas nas últimas décadas na China.
AC
// JMR
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