Milhares
foram novamente às ruas das principais cidades americanas para protestar contra
o uso abusivo da força pelos agentes da lei no país. Estudo sobre a polícia de
Cleveland confirma acusações de manifestantes.
Cerca
de 5 mil manifestantes percorreram as ruas de Nova York, na noite desta
quinta-feira (04/11) para lembrar os diversos casos fatais de violência
policial contra cidadãos negros. De mãos erguidas, eles bradavam palavras de
ordem como "Sem justiça não há paz" e "Racismo mata".
Os
participantes do protesto ocuparam ruas inteiras e a Ponte de Brooklyn,
enquanto helicópteros sobrevoavam a cidade. No geral, a situação permaneceu
pacífica. Também foram registrados protestos em Baltimore, Boston, Chicago,
Filadélfia e Washington.
Segundo
o porta-voz Stéphane Dujarric, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
"instou as autoridades competentes nos Estados Unidos a fazerem o possível
para responder aos apelos" no sentido de os policiais "serem mais
responsabilizados por seus atos".
Casos
se acumulam
Casos
fatais recentes de violência policial, e consequente ação da Justiça nos EUA
são o estopim das diversas manifestações.
Em
meados julho deste ano, em
Nova York , o afro-americano Eric Garner, de 43 anos, morreu
na chave de braço de um policial branco. Em sua memória, numerosos
manifestantes se deitaram no piso da praça Union Square, durante os últimos
protestos em Manhattan, clamando "Não consigo respirar" – as últimas
palavras de Garner, que era asmático.
No
início de agosto, em Ferguson, no estado americano de Missouri, o jovem negro
Michael Brown morreu baleado por um policial branco. Os jurados decidiram não
indiciar o policial. Em novembro, em Cleveland, no estado de Ohio, um
adolescente negro de 12 anos foi morto a tiros por policiais que julgaram ser
verdadeira a arma de brinquedo que ele carregava.
Nesta
quinta-feira tomou-se conhecimento de um novo caso: em Phoenix, Arizona, um
policial branco de 34 anos matou a tiros o negro Rumain Brisbon, de 34 anos,
por achar que ele portava uma arma no bolso. Segundo as autoridades, o agente
investigava um suposto delito de drogas em frente a uma loja, quando houve uma
confrontação e ele disparou duas vezes. Em seu bolso, Brisbon tinha um pacote
de remédios também usados como estimulantes.
"Uso
irracional e desnecessário da força"
Frente
aos incidentes, o Departamento de Justiça dos EUA passou a investigar a série
de mortes, de suspeitos negros desarmados, provocadas por policiais brancos.
Nesta quarta-feira, o órgão divulgou os resultados de um estudo onde está
confirmado o uso excessivo de força pela polícia de Cleveland.
Foram
analisados 600 casos entre 2010 e 2013. Segundo o procurador-geral americano,
Eric Holder, a pesquisa determinou um "padrão ou prática do uso irracional
e desnecessário da força" pela polícia daquela cidade do estado de Ohio.
Holder
observou que "nos últimos dias, milhões de pessoas se reuniram em todo o
país, unidas pela tristeza e pela angústia, em resposta às trágicas mortes de
Michael Brown e Eric Garner". Estão sendo realizadas investigações
federais de direitos civis sobre esses dois casos, assegurou. No entanto, como
apontou também o presidente Barack Obama, "chegou a hora de fazer ainda
mais".
O
chefe de Estado enfatizou recentemente que esses acontecimentos são "um
problema americano", não um problema da população afro-americana. Por sua
vez, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, pediu reformas no sistema
judiciário e policial do país. Ela é a provável candidata democrata nas
próximas eleições presidenciais.
CA/lusa/dpa/afp - Deutsche Welle
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– RACISMO E XENOFOBIA
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