Cerca
de 89 mil pessoas estão a ser afetadas pelas cheias que assolam as províncias
da Zambézia e do Niassa, no centro e norte de Moçambique, segundo dados das
autoridades locais, que dão conta de 33 vítimas mortais.
As
estimativas das autoridades moçambicanas referenciam um total de 17.922
famílias afetadas pelas cheias nas províncias da Zambézia (centro) e Niassa
(norte), segundo avança hoje o matutino Notícias, indicando que 23.800 pessoas
estarão a receber apoio em 30 centros de acomodação.
Na
Zambézia, pelo menos 24 pessoas perderam a vida na sequência da queda de
habitações e do arrastamento pelas águas, mas o número de vítimas mortais
poderá ser mais elevado, atendendo ao facto de as autoridades enfrentarem
dificuldades de comunicação de dados, devido à falta de energia que afeta
várias localidades da região.
Outras
nove pessoas morreram e oito foram dadas como desaparecidas na província de
Niassa, segundo dados avançados pelo semanário Domingo.
Embora
o Centro Nacional Operativo de Emergência refira que a situação é estacionária
relativamente ao número de pessoas afetadas e em resultado do abrandamento da
queda de chuva, a Direção Nacional de Águas assinala que, na Zambézia, as
localidades de Derre e Morrumbala, atravessadas pelo rio Chire, e de Mutarara,
Caia, Mopeia e Marromeu (rio Zambeze) irão continuar com os níveis de água
elevados, aconselhando as populações a abandonarem as zonas de risco.
No
terreno, mantêm-se operações de alocação de bens alimentares aos centros de
acomodação e de socorro às populações atingidas, estas últimas desenvolvidas
agora com o apoio de 70 militares da força aérea sul-africana, que trabalham
desde sexta-feira com as autoridades locais.
O
apoio externo deverá também chegar do Canadá sob a forma ajuda pecuniária,
segundo um comunicado enviado à agência Lusa, que dá conta da alocação de cerca
de 881,7 mil euros para o apoio às vítimas das cheias de Moçambique e do
Maláui, país onde as cjheias já provocaram a deslocação de 200 mil pessoas e
170 vítimas mortais.
Órgãos
de imprensa internacional atribuem os impactos das cheias no Maláui, muito mais
elevados do que em Moçambique, à falta de elaboração de um plano de
contingência.
O
orçamento do plano de contingência das autoridades moçambicanas é de 26,4
milhões de euros e prevê que, num cenário mínimo, 318 mil pessoas possam vir a
ser afetadas pelos efeitos combinados de ventos fortes, inundações em cidades e
vilas, cheias de média magnitude e seca.
O
pior cenário projetado eleva para 934 mil o número de pessoas afetadas, na
sequência de cheias intensas e ciclones de categoria superior a III.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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