terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Moçambiqe: TENSÃO ENTRE GOVERNO E RENAMO AGRAVA-SE




GOVERNO DESMENTE VIOLAÇÃO DE ACORDO SOBRE CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES

Maputo, 05 Jan (AIM)
O governo moçambicano desmente as declarações proferidas pelo chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, que acusa a Polícia de protecção (PRM) e as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de violar o acordo de cessação das hostilidades militares no país.

Segundo a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, o governo estaria a violar o acordo de cessação das hostilidades militares, ao permitir a movimentação das Forças de Defesa e Segurança nas zonas de
conflito nas regiões centro e norte de Moçambique.

As movimentações na zona centro e norte decorrem particularmente em Muxúngue, Save, Casa Nova, Marínguè, Gorongosa. Essa movimentação não só é da polícia de protecção, como também de forças especializadas e armamentos pesados como BTR, disse hoje o chefe da delegação da Renamo e deputado pelo mesmo partido, Saimone Macuiana, falando no término de mais uma sessão de diálogo que teve lugar no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.

Para Macuiana
, a movimentação dessas forças contraria o princípio da paz, pois
há revistas a todo tempo, incluído na estrada que leva a terra natal do líder da Renamo (Afonso Dhlakama) onde se encontra actualmente.

Macuiana revelou que a Renamo já informou a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Assembleia da República (AR), a Equipa Militar de Observadores Internacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) e os países que participam neste processo.

Contudo, o chefe adjunto da delegação do governo e ministro dos transportes e comunicações, Gabriel Muthisse, explicou que não há, no acordo, nenhuma alínea que veda a movimentação da PRM e das FDS.

Seria grave se eles dissessem que esses efectivos invadiram uma base da Renamo ou impediram os homens da Renamo de realizar as suas actividades. Parece-me que Moçambique não perdeu ainda a soberania.

O acordo de cessação das hostilidades militares foi assinado entre o Chefe do Estado, Armando Guebuza, e o seu líder, Afonso Dhlakama, a 5 de Setembro de 2014.

(AIM) ht/sg

DIÁLOGO POLÍTICO REGISTA MAIS UM IMPASSE

Maputo, 05 Jan (AIM) O diálogo político entre o governo e a Renamo, o maior partido da oposição em Mocambique, registou, hoje, mais um impasse, devido a divergências entre as partes sobre a integração dos homens daquele antigo movimento rebelde no exército e na Polícia moçambicana (PRM).

A Renamo entende que primeiro deve-se aprovar um modelo de integração antes de entregar a lista dos seus homens residuais ao governo. O governo, por seu turno, defende que a exigência da Renamo remete a privatização das forças de segurança.

Por isso, falando hoje a imprensa, em Maputo, no fim da 90ª ronda do diálogo, o chefe adjunto da delegação do governo e ministro dos transportes e comunicações, Gabriel Muthisse, disse que
a delegação do governo não pode estar em condições de aceitar uma definição que privatiza as Forças de Defesa e Segurança (FDS).

Muthisse defende que os moçambicanos não devem ser categorizados em função das suas cores partidárias.

A Renamo quer que metade das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e a Polícia seja da sua pertençam. Então, feita esta definição, ela não vai aceitar que daqui há 20 e 30 anos lhas sejam retirados, explicou.

Para o ministro, a exigência da Renamo
é a forma mais gritante de exclusão que existe. Isso é excluir mais de 70 por cento dos moçambicanos de serem oficiais das nossas forças armadas.

Prosseguindo, explicou que aceitar esse modelo seria o mesmo que excluir 70 por cento dos moçambicanos das fileiras das FADM.

Na ocasião, Muthisse fez questão de vincar que as actividades da Equipa Militar de Observadores Internacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) continuam reféns da lista da Renamo, pois só assim podem ser avaliadas as suas actividades.

Dos relatórios só vem que falta um telefone móvel, fixo, mas aquilo que é a missão operacional e política aparece referida em cerca de 10 ou 15 por cento dos relatórios nacionais. E nós dissemos a Renamo que isto leva a esta componente a ser inactiva e vamos ter que pensar com o fazer no futuro e voltamos a renovar o prazo da EMOCH nas suas componentes externas e internas.

Muthisse disse ainda que o Governo defende que apenas vale renovar aquilo que funcionar.

Estamos a fazer um apelo a Renamo para que rapidamente nos apresente a lista, porque é na posse dessa lista que os observadores vão poder trabalhar, vincou.

A fonte acusou ainda a Renamo de apenas estar preocupada em acomodar mais membros seus na EMOCH.

Eles querem usar este processo para acomodar os seus membros. Eles falavam de meter mais 10 pessoas.

(AIM) ht/sg

*Título PG

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