O
ministro da Saúde recusou, este sábado, considerar assustador o registo da
Direção-Geral da Saúde (DGS) de ocorrência de 700 mortos nos primeiros 20 dias
de janeiro nas urgências dos hospitais públicos.
"Nada
tem nada de assustador", declarou Paulo Macedo, depois das visitas a
unidades de saúde em Linda-a-Velha e Alcântara (Lisboa) com alargamento de
horário de atendimento aos dias de semana e ao sábado, por causa do surto da
gripe.
O
governante disse que "esse número foi dado pelo Ministério da Saúde"
à DGS e explicou que, "em todo o mundo", o registo de mais óbitos em
hospitais "é na urgência".
"Todos
os anos, temos um grande número de óbitos nas urgências. A seguir à área dos
cuidados intensivos, em todos os hospitais de todo o mundo, a área em que há
mais óbitos é na urgência", frisou.
No
entender do responsável pela pasta da saúde, "há uma alteração de hábitos
culturais", porque se constata que "há mais pessoas que vão falecer
hoje em dia aos hospitais, não é só uma questão dos cuidados de saúde serem
melhores e haver uma maior oferta".
"Há
um conjunto de pessoas que, antes, quando as suas condições clínicas não
justificavam, queriam estar em casa e, hoje em dia, mesmo que as suas condições
não indiquem grande necessidade de um recurso ao hospital, prefere a sua
família ter um enquadramento de âmbito clínico. Esse padrão acontece em todos
os hospitais", afirmou.
Sem
elementos sobre as causas dos óbitos, os dados da DGS, que não permitem saber
se os doentes morreram antes ou depois de serem observados por um médico,
indicam que, em 2014, morreram 9.429 pessoas nas urgências dos hospitais
públicos, quando registo de 2013 foi de 9.213.
Expresso
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