Díli,
20 jan (Lusa) - O primeiro-ministro timorense afirmou hoje que o ex-comandante
da resistência timorense Mauk Moruk se deve entregar às autoridades, acusando-o
de atuar de forma anti-democrática e de pretender levar a cabo uma
"revolução" em Timor-Leste.
"Estamos
perante um indivíduo que posso dizer que é doido, que quer a revolução",
disse Xanana Gusmão aos jornalistas depois de um encontro com o presidente da
República, Taur Matan Ruak.
"Um
senhor que se chama Mauk Moruk quer revolução, quer que o governo se dissolva,
que o parlamento se dissolva e não pede novas eleições. Ele diz que ele é que
tem que vir aqui resolver tudo. Deve ser uma democracia que ele aprendeu no
estrangeiro", ironizou.
Xanana
Gusmão referia-se a incidentes recentes envolvendo apoiantes de Mauk Moruk na
região de Laga, a leste de Baucau, a segunda cidade timorense, em que dois
agentes da polícia timorense (PNTL) ficaram feridos e dois outros foram feitos
reféns.
O
governante, que é também responsável das pastas de segurança e defesa, disse
ter dado instruções à PNTL e a efetivos da F-FDTL (as forças armadas) para que
permaneçam na zona.
"Estão
lá a polícia e as FDTL para garantir a segurança da população. Não é para fazer
guerra ou conflitos mas para dar apoio à população. Peço ao senhor Mauk Moruk
que tome responsabilidade pelos seus atos", afirmou.
"A
polícia quis negociar com ele mas ele não tinha intenções de negociar. E depois
fugiu com alguns elementos", disse, considerando que o Estado dará
"tolerância zero" a ações "terroristas".
Sobre
o caso do fim-de-semana em Díli, em que um engenho explosivo foi lançado para o
perímetro de uma residência de funcionários da embaixada norte-americana em
Díli, Xanana Gusmão disse que o incidente ainda estava a ser investigado.
"Não
podemos dizer se foi um caso isolado, se foi complementar ou para desviar a
atenção. Como ministro da Segurança reuni com as várias instituições a quem dei
instruções para acompanharem a situação em Díli para evitar mais
problemas", disse.
"Mais
vale prevenir do que remediar. Temos que atuar preventivamente", afirmou.
Além
da situação de segurança o encontro de Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, que
durou cerca de 70 minutos, analisou ainda a cerimónia de "transferência de
poderes e devolução de competências" do Governo Central para a Autoridade
da Região Administrativa Especial de Oe-Cusse Ambeno, que decorre esta semana
no enclave.
Trata-se
de um projeto piloto essencial para Timor-Leste e que pode igualment trazer
benefícios e impacto económico para toda a região indonésia vizinha, incluindo
a metade indonésia da ilha.
Os
planos de infraestruturas base estão a ser acelerados para as celebrações este
ano dos 500 anos da chegada dos portugueses a Timor estando a ser preparado um
"Master Plan" para a região a implementar até 2030.
ASP
// PJA
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