A
crise económica em Angola esconde uma crise política, disse o secretário para a
mobilização urbana da Unita Rafael Savimbi.
Voz
da América, em Angola Fala Só
Ao
participar no programa “Angola Fala Só”, Savimbi recordou que durante vários
anos o Orçamento Geral do Estado tinha sido feito com base em preços de
petróleo abaixo do seu preço real pelo que se tinham registado excedentes cujos
gastos não foram devidamente explicados.
“Há
desvios e não há transparência da coisa publica”, acusou o deputado da Unita,
para quem "a crise económica esconde uma crise política”.
Durante
o programa, aquele dirigente da UNITA abordou também o que disse ser a
crescente onda de intolerância política no pais e recordou o recente ataque
contra uma caravana da Unita na Lunda Norte, em que vários militantes do seu
partido ficaram feridos e alguns com gravidade. Um veículo da Unita foi também
incendiado, segundo ele.
Para
Rafael Savimbi o “mais grave” é que são conhecidos os responsáveis e nada
é feito para os prender.
O
secretário para mobilização urbana da UNITA avisou que em qualquer situação
quando as autoridades não tomam medidas para proteger cidadãos estes acabam por
tomar eles próprios medidas para se defenderem.
“As
autoridades devem tomar medidas para evitar que sejam tomadas medidas de
defesa”, disse Savimbi acrescentando haver um tentativa clara de “intimidação”
dos cidadãos.
“A
Unita representa uma parte significativa dos angolanos de todos os sectores e a
intimidação política não vai parar esse amplo movimento,” declarou.
“Temos
que aceitar a diferença e viver na diferença”, acrescentou Savimbi , afirmando
ainda que “só haverá democracia e justiça com alternância e com a liberdade de
qualquer um se juntar a qualquer partido”.
Rafael
Savimbi abordou também o facto de os partidos da oposição não terem
acesso aos meios de informação públicos como a televisão, onde segundo disse
“os mestres da batota manipulam tudo”.
Vários
ouvintes abordaram a situação dos veteranos de guerra que continuam sem receber
pensões. Um deles disse que um funcionário governamental lhe havia afirmado que
os veteranos da Unita estavam a receber pensões graças ao MPLA.
Para
Rafael Savimbi, a questão das pensões dos veteranos “é uma questão de
segurança nacional” sendo responsabilidade do Governo assumir isso como tal e
“dignificar os angolanos”.
As
pensões para os veteranos das diversas forças que participaram na guerra de
libertação e na guerra civil “não são um favor do MPLA”, esclareceu Sambi já
que, para ele, "é resultado de um acordo político, não um favor”.
Rafael
Savimbi abordou também a questão de eventualmente se dar um enterro formal ao
seu pai Jonas Savimbi, o fundador e primeiro presidente da Unita morto no
Moxico.
Ele
disse que a Unita tinha formado uma comissão para tratar o assunto com as
autoridades mas não tem mais pormenores sobre o tema.
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