Genebra,
05 mar (Lusa) - Angola é o país de língua portuguesa que registou o maior
aumento de mulheres no parlamento entre 1995 e 2015, segundo o relatório da
União Interparlamentar (IPU), divulgado hoje em Genebra.
Entre
1995 e 2015, a percentagem de mulheres no parlamento passou de 9.5% para 36.8%
em Angola, equivalente a um aumento de 27.3 pontos percentuais, o maior entre
os países lusófonos.
A
Angola, seguem-se, por ordem decrescente, Portugal, Guiné Equatorial,
Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné Bissau e Brasil.
Os
mesmos valores comparativos de Timor-Leste não existem já que o país obteve a
sua independência apenas em 2002.
A
diretora dos programas da UIP, Kareen Jabre, disse à Lusa que a tendência geral
para os países em fase pós-conflito, como Moçambique e Angola, foi incluir
quotas na lei eleitoral logo na primeira fase de reconstrução para favorecer a
representação de mulheres em política.
No
caso de Timor-Leste, foi só numa segunda fase após o conflito que foram
aprovadas as quotas para melhorar a representatividade das mulheres no
parlamento, de acordo com Kareen Jabre.
Atualmente,
a legislação timorense impõe quotas nas listas eleitorais, nas quais tem de
haver uma mulher em cada três candidatos. O parlamento timorense contabiliza
neste momento 38.5% de mulheres, o melhor resultado da região de Ásia e
Pacífico.
A
nível mundial, Angola ocupa o 7.º lugar, com um aumento 27.3 pontos na representatividade
de mulheres no parlamento entre 1995 e 2015.
A
30.ª posição no 'ranking' é ocupada por Portugal que passou em 20 anos de 13%
para 31.3% de mulheres eleitas na Assembleia da República, enquanto a Guine
Equatorial ocupa a 42.ª posição, com 7.5% em 1995 e 24% em 2015 de mulheres
representadas no parlamento, que é presidido por uma mulher.
Moçambique
está no 59.° lugar da classificação mundial, o número de mulheres parlamentares
passou de 25.2% em 1995 para 39,6 em 2015.
Já
São Tomé e Príncipe está na 80.°posição, com 18,2% de mulheres representadas em
2015 contra 7.3 em 1995, seguido de Cabo Verde, no 86.° lugar, com 11.1% de
mulheres em 1995 e 20.8%, em 2015.
Guiné-Bissau
ocupa o 131º lugar, com 10% de mulheres em 1995 e 13.7%, em 2015, enquanto
Brasil, que regista a menor progressão dos país lusófonos e ocupa a 143.ª
posição com 7% de mulheres parlamentares em 1995 e 9% em 2015.
O
relatório referencia a nível mundial o número de mulheres nos parlamentos até
dia 01 de janeiro 2015.
A
nível mundial o número de mulheres parlamentares dobrou em 20 anos. Assim,
desde a adoção em 1995 do programa de Pequim para a emancipação das mulheres, a
média mundial passou de 11.3% em 1995 para 22.1% em 2015.
No
entanto, comparativamente a 2013 (21,8%), a percentagem de mulheres
representadas em parlamentos subiu em 2014 para 22,1%.
"Este
abrandamento do progresso demonstra talvez que as quotas tornam-se barreiras de
vidros e que devemos pensar noutras formas de promover as mulheres",
adiantou a diretora.
A
UIP agrupa 166 membros e 10 membros associados, foi criada em 1889, tendo a sua
sede em Genebra, Suíça.
VYE
// PJA
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