Bom
dia! Bom dia! Bom dia! Hoje é dia especial em Portugal! Finalmente há justiça!
Finalmente os políticos, os banqueiros, os grandes empresários das relações promíscuas
com os políticos estão a ser apresentados em tribunal e, alguns, já em prisão
preventiva! Tudo porque configuram associações criminosas! Os portugueses estão
siderados com a surpresa! Com isto é que não contavam. Nem os criminosos e
eventuais criminosos! Os mafiosos que em 40 anos desbundaram nas finanças públicas
e em conluios que causaram enormes prejuízos a Portugal. Nas ruas, os
portugueses manifestam nos seus semblantes felicidade. Chegou finalmente a hora
da justiça! A hora da nossa libertação das máfias políticas, da banca e do grande
empresariado… O quê? Isto é só um sonho? Aaaah! Pois é! Ora bolas! Assim já não
é bom dia. Muito menos um bom dia esfuziante…
Caindo
na real… O dia está cinzento e não são só efeitos do eclipsem do sol. Também a democracia em Portugal se está a eclipsar. E a justiça já foi. Cavaco continua a ser o péssimo e horripilante presidente da República, o governo do PR, com Passos e Portas, lá está na senda
do trama-o-mexilhão desde os sem-abrigo até aos da classe média e uns quantos
assim-assim da riqueza, os mais pequenotes… Está visto que esta realidade é um
pesadelo. Mas realidade por realidade o melhor é acordar convenientemente. Para
já tomar um Expresso Curto, do jornal Expresso, servido com todos os requintes
de Pedro Santos Guerreiro, diretor executivo daquele burgo da Impresa. Esse
Pedro que identifica Ricardo Salgado como VIP. Sim, é. É um VIP da
criminalidade, das trapaças, dos golpes, do andar a tramar o dinheiro dos
outros. Mas não está só, há muitos mais como ele. Curiosamente quase todos em
conluios de amizades e “doações” com gente igualmente VIP. Olhem, estou a
lembrar-me de Cavaco Silva. Oh, esse conhece mais banqueiros que o Chico da
Fisga conhece prostitutas em
Lisboa. E olhem que o Chico é mais que uma enciclopédia
acerca da prostituição de baixo calado. Sim. Porque a prostituição de alto
calado é coisa “asseada” e reservadíssima.
Redação PG
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Pedro
Santos Guerreiro, diretor executivo
Ricardo
Salgado, um VIP no Parlamento
Hoje
o VIP é Ricardo Salgado. É ele quem vai marcar o dia, na sua segunda ida à
comissão parlamentar de inquérito ao caso Espírito Santo, que, depois de passar
um apagador sobre 68 nomes da lista de audições, caminha rapidamente
para o fim.
A sessão começa às quatro da tarde e há de ir pela tarde (e noite?) fora. Cem dias e 41 audições depois da primeira audição, como lembra o DN, esta será, provavelmente, mais tensa e agressiva, quer do lado dos deputados, que têm muitas contradições por esclarecer, quer do lado de Salgado, que ali tem sido acusado dia sim-dia sim. No Expresso Diário, listámos as contradições e as suspeitas com que Salgado há de ser confrontado.
“Ricardo Salgado não conseguirá tão facilmente ocultar ou camuflar informação”, antecipa o deputado Pedro Nuno Santos no Negócios. É que agora há muitas versões – e há duas partes de uma auditoria forense altamente comprometedora, que apontam para gestão ruinosa e indícios de três crimes: burla, infidelidade e favorecimento de credores. “A auditoria forense, embora sem o nomear, diz-nos que Ricardo Salgado sabia tudo, concentrava a gestão, decidia quase tudo”, resume Helena Garrido. O Económico diz que Salgado regressa para salvar a “pele de leopardo”, isto é, a sua reputação.
José Maria Ricciardi é que já pediu para voltar à comissão de inquérito para desmentir o que Salgado disser hoje, avança também o Negócios. O banqueiro – o único que resta da família com estatuto de idoneidade - é um dos seis Espírito Santo que estavam no BES que até ao fim de Março terão de apresentar ao Banco de Portugal argumentos para provar que não foram responsáveis pela queda do banco, revela o Económico.
Salgado e Ricciardi também estão na primeira página do Correio da Manhã, mas por outra “very important” razão: também estão na lista VIP das Finanças, que rebentou com escândalo há uma semana na revista Visão. Depois de vários desmentidos sobre a existência de um esquema de alerta na Administração Tributária para consultas de funcionários às informações de determinadas personalidades, a Visão volta hoje com gravações irrefutáveis da sua notícia. Como explicao Observador, na prática qualquer funcionário do fisco pode consultar dados de contribuintes.
O caso é agora de confiança, diz o Ricardo Costa, e ainda vai fazer correr muita tinta… e rolar cabeças, admite em editorial o Público. Depois da demissão ontem do diretor geral da Autoridade Tributária, Passos Coelho segurou Paulo Núncio, mas os pedidos de demissão do secretário de Estado são muitos. Em manchete, o Jornal de Notícias garante que Núncio conhecia a lista VIP, ao contrário do que diz.
Quanto a Salgado, os funcionários do fisco não precisam de mais do que consultar o relatório e contas do BES. Em 2012, o então presidente executivo do banco declarou 550 mil euros de salário anual. Nesse ano, não houve retificações de declarações de IRS nem registo de prendas de 14 milhões…
OUTRAS NOTÍCIAS
A sessão começa às quatro da tarde e há de ir pela tarde (e noite?) fora. Cem dias e 41 audições depois da primeira audição, como lembra o DN, esta será, provavelmente, mais tensa e agressiva, quer do lado dos deputados, que têm muitas contradições por esclarecer, quer do lado de Salgado, que ali tem sido acusado dia sim-dia sim. No Expresso Diário, listámos as contradições e as suspeitas com que Salgado há de ser confrontado.
“Ricardo Salgado não conseguirá tão facilmente ocultar ou camuflar informação”, antecipa o deputado Pedro Nuno Santos no Negócios. É que agora há muitas versões – e há duas partes de uma auditoria forense altamente comprometedora, que apontam para gestão ruinosa e indícios de três crimes: burla, infidelidade e favorecimento de credores. “A auditoria forense, embora sem o nomear, diz-nos que Ricardo Salgado sabia tudo, concentrava a gestão, decidia quase tudo”, resume Helena Garrido. O Económico diz que Salgado regressa para salvar a “pele de leopardo”, isto é, a sua reputação.
José Maria Ricciardi é que já pediu para voltar à comissão de inquérito para desmentir o que Salgado disser hoje, avança também o Negócios. O banqueiro – o único que resta da família com estatuto de idoneidade - é um dos seis Espírito Santo que estavam no BES que até ao fim de Março terão de apresentar ao Banco de Portugal argumentos para provar que não foram responsáveis pela queda do banco, revela o Económico.
Salgado e Ricciardi também estão na primeira página do Correio da Manhã, mas por outra “very important” razão: também estão na lista VIP das Finanças, que rebentou com escândalo há uma semana na revista Visão. Depois de vários desmentidos sobre a existência de um esquema de alerta na Administração Tributária para consultas de funcionários às informações de determinadas personalidades, a Visão volta hoje com gravações irrefutáveis da sua notícia. Como explicao Observador, na prática qualquer funcionário do fisco pode consultar dados de contribuintes.
O caso é agora de confiança, diz o Ricardo Costa, e ainda vai fazer correr muita tinta… e rolar cabeças, admite em editorial o Público. Depois da demissão ontem do diretor geral da Autoridade Tributária, Passos Coelho segurou Paulo Núncio, mas os pedidos de demissão do secretário de Estado são muitos. Em manchete, o Jornal de Notícias garante que Núncio conhecia a lista VIP, ao contrário do que diz.
Quanto a Salgado, os funcionários do fisco não precisam de mais do que consultar o relatório e contas do BES. Em 2012, o então presidente executivo do banco declarou 550 mil euros de salário anual. Nesse ano, não houve retificações de declarações de IRS nem registo de prendas de 14 milhões…
OUTRAS NOTÍCIAS
Benjamín Netanyahu alcançou uma vitória clara nas eleições
O tema de Israel divide as opiniões. Como escreve o The Guardian, aCasa Branca vai reavaliar a sua aproximação nas conversações para a paz, até porque, lembra a CNN, Obama tem grandes preocupações com a segurança. Já o New York Times mostra-se mais otimista, argumentando que Netanyahu tem condições políticas para um governo mais forte. No diário americano, Thomas L. Friedman exulta: Bibi, como é conhecido Netanyahu, “vai fazer história”, pois será o pai da solução de Estado-único, sem separação entre israelitas e palestinianos.
Era madrugada em Lisboa quando confrontos entre rebeldes e tropas governamentais no Iémen, mataram pelo menos três pessoas e feriram 21.
Depois dos ataques de ontem a um museu na Tunísia, reivindicados pelo auto-proclamado Estado Islâmico (Daesh), que fizeram 22 mortos, sobretudo turistas mas também dois terroristas, os medos regressam à região. Incluindo o da ameaça ao progresso da única democracia que emergiu da Primavera Árabe, escreve a Time. A Tunísia “era um dos poucos casos de sucesso da Primavera Árabe”, concorda o Wall Street Journal. Vale a pena ler esta reportagem do The Guardian: a Tunísia, “que elegeu pacificamente um novo parlamento em dezembro, mostra-se orgulhosa de ser um modelo de transição política” desde a queda do ditador Ben Ali em 2011. Mas este é um rude golpe também no turismo, cujas receitas são essenciais para esta economia ainda frágil. “Uma gota de água na aridez democrática do Norte de África”, chamou-lhe o Expresso numareportagem em junho de 2014, que vale a pena (re)ler, de Paula Cosme Pinto (texto) e Tiago Miranda (fotografia).
Um casal de turistas alemães depositou numa prefeitura de Peloponense um cheque de 857 euros referente à "sua" parte da dívida alemã de guerra com a Grécia, noticia a Lusa.
Ter depósitos é cada vez mais caro: as comissões bancárias registam aumentos que podem chegar aos 200%, noticia o Negócios
Conselho de Finanças Públicas avisa: sem austeridade défice mantém-se acima de 3% a partir de 2016.
Câmara de Lisboa: parecer jurídico arrasa proposta sobre taxas do Benfica.
O Ikea proibiu os clientes de brincar às escondidas nas suas lojas na Bélgica e Holanda. A brincadeira estava a tornar-se de culto: fora programada nas redes sociais mais uma “brincadeira” com milhares de pessoas inscritas. O Ikea alegou razões de segurança.
FRASES
“[O país tem os] cofres cheios". Maria Luís Albuquerque, citada pela Rádio Renascença.
“O secretário Núncio, que gere os Assuntos Fiscais, não sabe o que se passa na sua própria casa. Sendo assim, parece ter qualidades demasiado elevadas para o simples cargo que ocupa.” Fernando Sobral, no Negócios.
“O que é trágico para a Grécia, que votou no Syriza para bater o pé à Troika, é que está hoje muito mais dependente da própria Troika.”Pedro Romano, no Observador.
“Já nos fizeram muitos funerais, felizmente nunca foi do corpo presente”. Rui Reininho sobre os GNR, na Visão.
O QUE EU ANDO A LER
Também comecei a ler o livro “The Bankers New Clothes”, sobre as raízes do mal no sistema financeiro que levaram a tantos problemas nos últimos anos. Mas como o Henrique Monteiro já aqui recomendou o livro, passo do fator capital para o fator trabalho e cito um texto da Atlantic sobre “porque os trabalhadores não se unem”, sobre como a globalização e o desenvolvimento tecnológico têm desagregado o movimento dos trabalhadores, acrescentando que “o trabalho a tempo parcial (part-time) está a sabotar a solidariedade”. É um ensaio longo mas que traz reflexão sobre a sociedade em que vivemos.
Para uma leitura mais rápida (que inclui uma visualização de um vídeo de dois minutos), veja este trabalho da CNN sobre um novo estudo que mostra como as alterações climáticas estão a ameaçar o glaciar na Antártica. Um susto que parece não assustar ninguém.
E pronto: hoje há eclipe solar (o JN diz-lhe o que precisa de saber).
E hoje é bom dia para dizer bom dia àqueles de quem gosta. Incluindo um enorme e sorridente “Bom dia, pai!” Não há gente mais VIP.
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