domingo, 1 de março de 2015

Demandas diplomáticas marcam a segunda rodada de negociações entre Cuba e EUA



Opera Mundi, São Paulo

Norte-americanos querem reabertura de embaixada em Havana até abril; cubanos exigem saída de lista de países patrocinadores de terrorismo

Após cinco semanas, representantes dos governos dos Estados Unidos e de Cuba se reencontraram na sexta-feira (27/02), em Washington, para a segunda rodada de negociações que têm como intuito a retomada de relações diplomáticas entre os países.

Um dos temas centrais da discussão foi a reabertura das embaixadas. De acordo com o responsável pelo Escritório de Interesses de Cuba nos EUA, Juan Jacomino, o objetivo é que as sedes diplomáticas sejam reabertas "assim que possível", segundo a agência italiana Ansa.

Já a secretária-adjunta do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, disse que confia que os governos norte-americano e cubano possam terminar o processo para abrir as embaixadas nas respectivas capitais a tempo para a Cúpula das Américas que será realizada em abril, no Panamá.

Uma das exigências dos cubanos é que a Casa Branca retire a ilha liderada pelos irmãos Castro da lista elaborada pelo Departamento de Estado norte-americano de países patrocinadores do terrorismo, o que foi negado pelo secretário de Estado John Kerry.

O governo cubano critica que a lista impossibilita a realização de operações bancárias, assim como outros negócios nos Estados Unidos que seriam necessários para a reabertura de sua embaixada. Embora Havana reforce a importância da demanda, assegurou em tom diplomático que isso não será uma “pré-condição” para a normalização das relações, reportou a Agência Efe.

Em resposta, Jacobson ressaltou que os Estados Unidos sempre consideraram que esses dois assuntos devem ser tratados de forma separada e disse estar “otimista” com o “tipo de cooperação” que houve durante a reunião. A rodada de sexta se encerrou sem nenhuma data prevista para um terceiro encontro, mas com o compromisso de ambas partes de manter-se em "comunicação permanente", acrescentou a norte-americana.

Já a secretária-adjunta do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, disse que confia que os governos norte-americano e cubano possam terminar o processo para abrir as embaixadas nas respectivas capitais a tempo para a Cúpula das Américas que será realizada em abril, no Panamá.

Uma das exigências dos cubanos é que a Casa Branca retire a ilha liderada pelos irmãos Castro da lista elaborada pelo Departamento de Estado norte-americano de países patrocinadores do terrorismo, o que foi negado pelo secretário de Estado John Kerry.

O governo cubano critica que a lista impossibilita a realização de operações bancárias, assim como outros negócios nos Estados Unidos que seriam necessários para a reabertura de sua embaixada. Embora Havana reforce a importância da demanda, assegurou em tom diplomático que isso não será uma “pré-condição” para a normalização das relações, reportou a Agência Efe.

Em resposta, Jacobson ressaltou que os Estados Unidos sempre consideraram que esses dois assuntos devem ser tratados de forma separada e disse estar “otimista” com o “tipo de cooperação” que houve durante a reunião. A rodada de sexta se encerrou sem nenhuma data prevista para um terceiro encontro, mas com o compromisso de ambas partes de manter-se em "comunicação permanente", acrescentou a norte-americana.

Entenda caso

A primeira rodada de negociações entre representantes dos governos de Cuba e Estados Unidos aconteceu no dia 21 de janeiro em Havana, com foco no tema da imigração. Na ocasião, Cuba expressou preocupação com a política migratória norte-americana, que classifica como "o principal estímulo para a emigração ilegal para os EUA".

Os dois lados também estudam apresentar metas de longo prazo. Havana também exige o fim do embargo, enquanto Washington investe na flexibilização do governo de Raúl Castro.

À época, o presidente norte-americano, Barack Obama, ainda afirmou que os Estados Unidos devem começar "neste ano" a suspender o bloqueio comercial, imposto à ilha há mais de 50 anos, para "acabar com um legado de desconfiança no continente".

Essas rodadas de negociações acontecem em meio à retomada de relações entre Havana e Washington após mais de 50 anos, anunciada no dia 17 de dezembro de 2014.

Resultado de 18 meses de negociações secretas, o anúncio pegou a comunidade internacional de surpresa, simbolizando a maior reviravolta desde a imposição do bloqueio econômico, em 1961. Desde então, já se esperava que, entre as medidas, estaria o início das conversas bilaterais, a flexibilização do embargo e a libertação de presos políticos e espiões de ambas as partes.

No dia em que foi anunciada a reaproximação, Washington e Havana trocaram prisioneiros: enquanto Cuba libertou o norte-americano Alan Gross, que cumpria pena de 15 anos na ilha por espionagem, Washington soltou também os últimos três dos Cinco Cubanos presos nos EUA, também acusados de espionagem. Além disso, no dia 12 de janeiro, Cuba libertou 53 presospolíticos norte-americanos, o que também estava previsto conforme os acordos.

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