Bocas
do Inferno
Mário Motta, Lisboa
A
mais de um ano das eleições presidenciais e muito antes das eleições
legislativas já os possíveis candidatos a Presidente da República se começaram
a perfilar. Um exagero. Sabe-se que o atual presidente da República, Cavaco
Silva, maltrata a República e descredibiliza-a. Sabe-se que é um péssimo PR. O
pior. Só comparável a Américo Thomaz dos tempos da ditadura salazarista. Mas daí
a avançarem para a abordagem às presidenciais, enchendo a cabeça aos
portugueses e desviando-lhes a atenção das desgraças que os atormentam na
atualidade, assim como das eleições legislativas, é obra. Uma demonstração de
quanto os media, em conluio com os políticos, certos políticos, fazem de “palha”
temas de primeira página, sobrevalorizando-os.
Afinal
quantos candidatos vão participar nas eleições presidenciais? Não se sabe. Já
apareceram mais que muitos nesta manobra de diversão aceite pelos media. Mas, na realidade, quantos vão ser efetivamente candidatos? Não se sabe. Sabe-se que não
serão na quantidade de magotes que os media apresentaram até aqui. Sabe-se que só existe um candidato oficial, Henrique Neto, militante do PS.
Numa
breve biografia: “Henrique Neto nasceu em Lisboa em 27.04.36, de uma família
operária da indústria vidreira, originária da Marinha Grande. Henrique Neto
desenvolveu actividade política activa na oposição ao antigo regime, sendo
candidato da Oposição Democrática pelo Distrito de Leiria nas eleições de 1969.
Deputado na Assembleia da República pelo Partido Socialista na legislatura de
1995-1999. Vice-Presidente da Direcção da AIP – Associação Industrial
Portuguesa.”
Henrique
Neto é empresário. Único candidato oficial. À revelia do seu partido político. Se
vencer e tomar posse terá 80 anos…
Há
demasiada gente a brincar com coisas sérias. Principalmente com o futuro do país.
Se não fosse triste daria para rir e julgar que este país é um circo ou um enorme parque
infantil. Mas não é isso que acontece. O que acontece é a manifesta falta de
homens com h grande na casa dos 50 60 anos na política portuguesa. Homens que soubessem respeitar os portugueses
via Constituição e pelo que já sofreram durante a ditadura salazarista e a
falsa democracia deste regime de Cavaco-Passos-Portas. Mas não, o que se vislumbra
são oportunistas ou idosos cheios de vontade mas já sem energia para enfrentar
o polvo criminoso e antipatriótico que os partidos do Arco da Governação
(corrupção) criaram e nos devora. Privando-nos da democracia, da justiça, dos
alienáveis direitos humanos que são consagrado na Constituição da República
Portuguesa.
Quem
quer apostar que vamos ver eleito PR mais um dos políticos pertencente ao
tenebroso polvo? Compreendam. Os criminosos têm de se proteger e continuarem na
senda do crime, enriquecendo imoral e ilicitamente. Por isso o PS afirma que a
candidatura de Henrique Neto é irrelevante. E é. Relevante é um candidato que
pertença ao polvo do Arco da Governação (deles) e da corrupção (deles). (MM /
PG)
Presidenciais Henrique
Neto "é irrelevante para o PS"
Elementos
de PS consideram que Henrique Neto “não conta do ponto de vista político dos
cidadãos”.
Henrique
Neto é até agora o único candidato às eleições presidenciais de 2016 e, apesar
do avanço do socialista ter sido recebido com indiferença pelo PS, a verdade é
que a candidatura levantou algum desconforto em elementos do partido por ainda
não haver uma figura “ganhadora”.
Em
comentários ao jornal i, um dirigente socialista referiu que era bom que a
questão estivesse na “lista dos assuntos resolvidos” mas que a decisão não se
encontra nas suas mãos. Do mesmo se lamentou Augusto Santos Silva, que
reconheceu que “falta ao centro-esquerda um candidato presidencial forte e
mobilizador”. Vital Moreira foi outro socialista a reagir a esta candidatura de
Henrique Neto, referindo a reação do PS como a de “pessoas nervosas com a
demora na definição de um candidato presidencial de peso na área do partido”.
Apesar
disto, no PS parece ser unânime a opinião que Henrique Neto não deverá recolher
muito apoio eleitoral. Manuel Pizarro chega mesmo a dizer que Neto “não conta
do ponto de vista político dos cidadãos” e que este é “irrelevante para o PS”
apesar de ter “todo o direito a ser candidato.”
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