O
governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, falou esta terça-feira, dos
protestos no fim de semana dos lesados em papel comercial do Grupo Espírito
Santo (GES) para dizer que nem ele nem o banco central roubaram ninguém.
"No
fim de semana fui chamado de gatuno. Não roubei nada a ninguém. O BdP não
roubou nada a ninguém", disse Carlos Costa na comissão parlamentar de
inquérito à gestão do BES e do GES, onde está hoje a ser ouvido pela segunda
vez.
O
governador referia-se a protestos de dezenas de clientes lesados no papel
comercial que estiveram concentrados à porta de sua casa, em Lisboa, a exigir o
pagamento do dinheiro investido, tendo gritado "gatuno" por diversas
vezes durante o protesto.
"O
BdP salvou a estabilidade financeira deste país", advogou Carlos Costa,
dizendo que se o regulador "se acobardasse" quando optou pela
resolução do BES "este país estaria muito mal, e não foi isso que
aconteceu".
A
comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e esta
terça-feira, além de Carlos Costa, foi escutado o presidente da Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares.
A
última audição prevista para a comissão de inquérito é a da ministra das
Finanças, Maria Luís Albuquerque, que prestará novo depoimento perante os
deputados na quarta-feira.
Os
trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da
anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o
BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os
métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Jornal
de Notícias – foto Manuel de Almeida / Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário