Díli,
01 mar (Lusa) - Timor-Leste vai assinar um acordo de cooperação com a Câmara de
Oecusse para o ordenamento do enclave de Oe-cusse e outro com a organização
ambiental Conservation Internacional para o ordenamento da ilha de Ataúro,
disse Mari Alkatiri.
"O
interesse é proteger o que existe, de natural e de rico, mas também desenvolver
o país", disse Mari Alkatiri, presidente da Autoridade da Região
Administrativa Especial de Oe-Cusse Ambeno e responsável da Zona Especial de Economia
Social de Mercado (ZEESM).
Alkatiri
falava num encontro empresarial sobre "investimento em Timor-Leste",
organizado por ocasião da atribuição da Confederação Empresarial da CPLP a
Timor-Leste e onde participaram empresários e responsáveis de vários países
lusófonos, em Díli.
Na
sua intervenção Alkatiri disse que no enclave já estão a decorrer seis grandes
projetos e vários outros projetos de menor dimensão, entre eles "a maior
ponte de Timor-Leste", sobre a ribeira de Tono, o Aeroporto Internacional
do enclave e uma central elétrica.
Dezenas
de quilómetros de estradas, complexos residenciais, uma barragem de irrigação e
um monumento para a celebração dos 500 anos da chegada de navegadores e
missionários portugueses estão também já em execução.
O
ex-primeiro ministro disse que o projeto está a suscitar amplo interesse de
investidores internacionais - incluindo de empresários brasileiros para a
importação, produção e distribuição de carne a nível da região.
Para
garantir que os investimentos se materializam, Alkatiri defendeu alterações à
lei de investimento e à legislação tributária, com capítulos específicos que
reconheçam a natureza específica da região administrativa.
Alkatiri
disse que em todos os projetos se está a procurar conseguir que haja sempre
parceiros ou sócios timorenses, inclusive para o fornecimento de bens e
serviços.
Parceiros,
insistiu, que não devem ser "apenas comissionistas" e devem procurar
aprender com a sua parceria internacional.
Questionado
sobre a posição geográfica do enclave e as negociações com a Indonésia para
colmatar essa dificuldade, Alkatiri disse que o projeto de Oe-cusse quer
"facilitar a integração regional".
"A
melhor forma de retirar o estatuto de enclave ao enclave é desenvolvê-lo como
plataforma de desenvolvimento regional", disse.
Considerando
que esta são questões do relacionamento entre os Governo timorense e indonésio,
Alkatiri disse que já há alguns avanços práticos, dando como exemplo a
eletricidade.
Estão
já avançadas negociações com a Indonésia, disse, para uma ligação elétrica do
enclave ao resto de Timor-Leste, com a metade indonésia da ilha a mostrar
interesse em comprar 60MW/hora.
"Permite
a conexão elétrica a Oe-cusse e ajuda a resolver o problema do excesso de
produção de Timor-Leste", afirmou.
ASP
// FV – foto Sapo TL
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