Segundo
site alemão "Spiegel Online", Moscou pode adiantar até 5 bilhões de
euros a Atenas em acordo envolvendo gasoduto que passará por território grego.
Enquanto isso, seguem negociações com credores europeus.
O
site alemão de notícias Spiegel Online noticia que já na próxima
terça-feira (21/04) Atenas deverá assinar um acordo energético com a Rússia, o
qual poderá render até 5 bilhões de euros para os cofres gregos, atualmente
vazios. Trata-se do adiantamento para um negócio envolvendo a construção de um
gasoduto que transportará combustível russo a países europeus através da
Turquia e Grécia, afirma o veículo alemão.
A
edição deste sábado do semanário grego Agora confirma que a Grécia
está contando com esse acordo com Moscou: "O governo espera receber esses
recursos rapidamente do Kremlin. Com isso, as negociações com os parceiros
europeus poderão ser adiadas até junho."
Desde
fevereiro, o governo grego mantém negociações tensas com representantes
europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela liberação de mais
crédito ao país. Apesar de o programa de resgate ter sido estendido até junho,
como Atenas não cumpriu as condições impostas os credores suspenderam o
pagamento de 7,2 bilhões de euros. Em troca dos recursos, eles exigem a
implantação de duras reformas.
O
acordo com os russos "poderá mudar a maré para a Grécia", afirmou um
alto funcionário do partido de esquerda Syriza, no poder em Atenas. Ainda
segundo o esquerdista, que estaria lidando diretamente com o processo, o acordo
foi discutido há dez dias com o presidente russo, Vladimir Putin, durante visita
a Moscou do primeiro-ministro grego, Alex Tsipras, e de seu ministro de
Energia, Panagiotis Lafazanis.
A
verba a ser liberada pelo Kremlin é um adiantamento das taxas que a Grécia
cobrará pelo transporte do gás russo. Está prevista para 2019 a entrada em
funcionamento do gasoduto, que não foi aprovado pela União Europeia.
Grécia
e credores prosseguem conversas
Neste
sábado, o Grupo de Bruxelas – formado pela Grécia, UE, Banco Central Europeu
(BCE) e FMI – encontra-se em Paris para discutir o programa de resgate para
Atenas e as reformas necessárias à liberação das verbas.
O
Mecanismo de Estabilidade Europeia (MEE) também participará das negociações.
Ele é responsável pela emissão de títulos e outros instrumentos de débito nos
mercados financeiros, a fim de levantar capital de ajuda aos Estados-membros.
Uma
fonte europeia afirmou à agência de notícias AFP que o problema "não é
falta de diálogo, mas sim de trabalho técnico". "Faltam números no
processo, tabelas detalhadas", comentou.
Na
próxima sexta-feira, ministros de Finanças da zona do euro se reunirão em Riga
para tentar avançar nas conversas. A Grécia espera receber 7,2 bilhões de euros
para evitar a bancarrota e poder saldar suas dívidas junto ao FMI e ao BCE.
No
entanto, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, parte do princípio
de que não se alcançará um acordo rapidamente. "Não há nada novo e estou
certo de que não haverá nada novo na semana que vem em Riga", afirmou na
sexta-feira, antes de um encontro com o FMI.
Berlim,
um dos maiores credores gregos, tem pressionado Atenas a implantar medidas de
austeridade e outras mudanças como condição para oferecer mais crédito ao país
endividado.
Obama
cobra reformas
Nesta
sexta-feira, em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
defendeu que a Grécia, assim como outros países da zona do euro em dificuldades
econômicas, disponha de certa flexibilidade para impulsionar a demanda e dar
esperança à população.
No
entanto, ressaltou, o país em crise precisa tomar "decisões duras".
"A Grécia precisa iniciar reformas, coletar impostos, reduzir a
burocracia. Eles precisam ter práticas trabalhistas mais flexíveis",
instou o chefe de Estado americano.
MSB/afp/ap/rtr/dpa - Deutsche Welle
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