sábado, 25 de abril de 2015

ANGOLA ESTÁ CONTRA TODO O RADICALISMO




Angola defendeu no Conselho de Segurança das Nações Unidas a promoção do diálogo entre governos, organizações internacionais e movimentos juvenis, a propagação dos princípios democráticos no combate ao radicalismo e extremismo violento.

Esta posição foi manifestada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, quando discursava, em Nova Iorque, no debate aberto do Conselho de Segurança sobre a “Manutenção da Paz e a Segurança Internacional: o Papel dos Jovens na Luta contra o Extremismo Violento e na Promoção da Paz”.

O secretário de Estado está preocupado com o que considerou “alarmante aumento de homens e mulheres jovens, muitos deles bem criados e educados, que se juntam a grupos terroristas”. Manuel Augusto defende que este fenómeno e a crescente influência das redes terroristas devem servir de alerta para a comunidade internacional sobre a necessidade da identificação das causas deste problema e tratá-lo de forma eficaz.

Manuel Augusto disse que, embora as razões que levam os jovens ao radicalismo variem, existem alguns traços comuns, como a crise de identidade, exclusão, desinformação e a discrepância entre as expectativas e a realidade, factores que os jovens podem explorar independentemente da localização geográfica ou condição social. “Durante esta fase da vida, os homens e as mulheres jovens são rebeldes, tendem a descarregar a sua frustração na comunidade, e são vulneráveis à propaganda extremista e violenta em redes virtuais, em clubes de jovens ou locais de culto”, disse Manuel Augusto, que esteve no encontro acompanhado pelo representante permanente de Angola junto da ONU, embaixador Ismael Gaspar Martins. Manuel Augusto afirmou que a evolução tecnológica e a rápida disseminação da informação tem proporcionado uma maior consciência entre os jovens sobre acontecimentos políticos em todo o Mundo, alertando que o intervencionismo político e militar pode gerar ressentimentos e levar a formas de extremismo violento.

Neste contexto, defendeu a interacção entre as comunidades locais e os jovens, fornecendo saídas positivas para a situação através do desporto, das artes ou de outros programas que proporcionem um ambiente seguro e acolhedor, defendendo também uma mudança da visão política e estratégica do Mundo, para que povos e países sejam tratados de igual forma, além de políticas que contribuam para acabar com as tensões e humilhações dos povos. “É necessário encontrar maneiras de lidar com essas questões críticas, abordando as necessidades fundamentais, materiais e espirituais dos jovens, promovendo a sua inclusão política, económica e social”, sublinhou. A delegação integrou também o representante permanente adjunto na ONU, embaixador Hélder Lucas, e outros diplomatas. Em relação a Angola, Manuel Augusto disse existirem muitos jovens que participaram activamente ou foram indirectamente afectados pela guerra e que são objecto de preocupação do Governo, que estabeleceu como objectivo central das suas políticas económicas gerar emprego qualificado, competitivo e adequadamente remunerado para os jovens, tendo citado o Plano Nacional de Desenvolvimento, que atribui um papel central à juventude. O Governo criou o Observatório Nacional contra o Terrorismo, com o objectivo principal de monitorar e combater potenciais ameaças.

Jornal de Angola – foto Rogério Tutti

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