Banguecoque,
02 abr (Lusa) -- Os Estados Unidos saudaram o levantamento da lei marcial na
Tailândia, mas expressaram preocupação sobre as novas medidas de segurança,
apelando à plena restauração das liberdades civis no reino.
O
Governo militar que rege a Tailândia levantou na noite de quarta-feira a lei
marcial, mas em sua substituição invocou uma cláusula de segurança da
constituição provisória que concede poderes absolutos ao chefe do executivo,
Prayuth Chan-ocha, informou hoje a imprensa local.
A
junta militar informou que a medida era substituída pelo artigo 44 da
Constituição provisória que, entre outros poderes, permite às autoridades deter
pessoas sem acusação ou ordem judicial.
Medidas
especiais de segurança -- incluindo a proibição de reuniões políticas com mais
de cinco pessoas -- vão manter-se na nação, que tem visto reduzidas as
liberdades civis desde o golpe de Estado em maio do ano passado.
O
Departamento de Estado disse, num 'e-mail' enviado à AFP, que ainda tinha de
ver todos os detalhes da proposta, mas que gostaria de saudar o levantamento da
lei marcial.
"É
importante qualquer nova medida de segurança que acabe com a prática de julgar
civis em tribunais militares, e com as detenções sem acusação, e permitam que
as pessoas possam exercer livremente os direitos fundamentais, incluindo os
direitos de liberdade de expressão e de reunião pacífica",refere a
declaração.
"Estamos
preocupados com a mudança para a ordem de segurança, nos termos do artigo 44,
que não irá realizar nenhum desses objetivos. Gostaríamos de saudar a
verdadeira restauração das liberdades civis na Tailândia", adianta.
Dois
dias antes do golpe de Estado de 22 de maio do ano passado, os militares
impuseram a lei marcial em todo o país com o pretexto de salvaguardar a
segurança após meses de protestos nas ruas de Banguecoque contra o governo
eleito de Yingluck Shinawatra.
A
lei marcial, que proibia as manifestações políticas e dava amplos poderes ao
exército, foi cancelada de forma imediata numa mensagem difundida pela
televisão na noite de quarta-feira e após obter a luz verde do rei da
Tailândia, o octogenário Bhumibol Adulyadej.
As
novas medidas preocupam também organizações de defesa dos direitos humanos,
partidos políticos e académicos. "A ativação por parte do general Prayuth
da seção 44 da Constituição vai marcar o afundamento da Tailândia numa
ditadura", disse em comunicado Brad Adams , diretor para a Ásia da
Human Rights Watch.
FV
// JPS
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