quarta-feira, 15 de abril de 2015

Forças de Bloqueio. Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos quer interpelar Téla Nón



São Tomé e Príncipe

Por causa do artigo, publicado pelo Téla Nón no dia 25 de Março passado sob o título “Forças de Bloqueio”, o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos de Roberto Raposo quer interpelar o Jornal Téla Nón.

O artigo sustentado, mostrou claramente onde estão retidos os diplomas aprovados pelo anterior governo e promulgados pelo Presidente da República, no entanto sem a devida publicação no Diário da República. Os diplomas em causa ligam o Estado são-tomense à empresa chinesa Guangxi Hidroelectric Construction Bureaux. Por sinal a mesma empresa com a qual o actual Governo se reuniu na última semana, anunciado a sua instalação para breve no país.

Nesta terça-feira, por volta das 11 horas, o Director do Jornal Téla Non Abel Veiga, recebeu um telefonema do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, a marcar para a próxima quinta – feira, a sessão de interpelação ao Director do Jornal Téla Nón, por causa do artigo publicado, mais concretamente o teor da conversa que o Téla Nón teve com o funcionário do Centro de Reprografia e Informática. A instituição que tem competência para publicar o Diário da República.

A chamada telefónica foi feita pela Directora de Gabinete do Ministro Roberto Raposo. A directora de gabinete solicitou a audiência para interpelação do director do Téla Nón, e indicou esta quinta – feira. Disse que em consequência da notícia divulgada pelo Jornal, foi aberto um inquérito interno no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, que tutela o Centro de Reprografia e Informática.

O Téla Nón, mais concretamente o seu Director, Abel Veiga, não é funcionário do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, pelo que recusou imediatamente ser submetido a interrogatórios por parte dos possíveis enviados do ministério de Roberto Raposo.

A notícia veiculada pelo Téla Nón, sobre as Forças de Bloqueio, é demasiadamente clara, objectiva e bastante sustentada, para provocar dúvidas no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. O artigo cumpriu com o seu objectivo. Mostrou e confirmou a denúncia feita semanas antes pelo Primeiro-ministro Patrice Trovoada, sobre as forças de bloqueio, que imperam investimentos privados estrangeiros no país.

Daí que na conversa com a directora de Gabinete do Ministro Roberto Raposo, o director do Téla Nón, remeteu a mesma para o artigo publicado, com destaque para o conteúdo da conversa que o Téla Nón teve in loco, com o funcionário do Centro de Reprografia e Informática.

O Téla Nón nunca deixou de seguir as movimentações do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, após a publicação do artigo, “Forças de Bloqueio”. O Téla Nón sabe que logo após a publicação do artigo, o próprio Ministro Roberto Raposo, convocou uma reunião com todos os funcionários do Centro de Reprografia e Informática, para saber se Abel Veiga esteve de facto naquela instituição como relatou a notícia.

O Téla Nón sabe que está em maus lençóis, o funcionário que atendeu o Director do Téla Nón, no dia em que o jornal provou in loco, que o Centro de Reprografia não publicou os diplomas aprovados pelo anterior Governo e promulgados pelo Presidente da República.

Mas, ainda na última semana o Director do Téla Nón esteve no Centro de Reprografia e Informática do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, para verificar se os diplomas retidos que ligam o Estado são-tomense e a empresa Guangxi Hidroelectric Construction Bureaux tinham finalmente conhecido a luz do dia através do Diário da República.

Desta vez a presença do jornalista deixou os funcionários em pânico. Ninguém abriu a boca para responder a solicitação feita pelo jornalista do Téla Nón, no sentido de adquirir a publicação dos diplomas no Diário da República. O mesmo procedimento como o jornal tinha feito em Março passado.

Uma das funcionárias, teve coragem de abrir a boca para apenas dizer que ia informar o director do Centro de Reprografia e Informática. O jornalista do Téla Nón ficou a espera. No regresso a funcionária disse «olha o director não está neste momento».

O jornalista do Téla Nón, respondeu — «está bem»…e retirou-se do local.

Uma novela que nasce da denúncia pelo primeiro-ministro sobre as “Forças de Bloqueio”. Fenómeno que ao que tudo indica teima em persistir.

Os relatos desses factos registados mais uma vez pelo Téla Nón nas instalações do Centro de Reprografia e Informática do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, podem gerar mais inquéritos e a necessidade de interrogatório ao Téla Nón, que nunca temerá. Nunca enquanto respirar, deixará de fazer o seu trabalho, que é a razão da sua existência.

Abel Veiga – Téla Nón (st)

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