quarta-feira, 8 de abril de 2015

Opositor da Guiné Equatorial libertado depois de ter estado retido por 10 horas




Autoridades de Malabo, o mais recente país membro da CPLP, mantiveram detido Andrés Esono Ondo por suspeitas de tentar introduzir o Éboa no país

As autoridades policiais de Malabo, na Guiné Equatorial, libertaram o secretário-geral da Convergência para a Democracia Social (CPDS), Andrés Esono Ondo, depois de manter o político retido por mais de dez horas na sede da direção de segurança.

A Convergência para a Democracia Social é um dos principais partidos da oposição na Guiné Equatorial.

Num comunicado de imprensa divulgado hoje, o partido da oposição informou que Andrés Esono Ondo foi libertado na terça-feira à noite, "depois de passar o dia inteiro retido na sede da direção de segurança, em Malabo".

A nota referiu ainda que "a razão oficial (pela qual foi ouvido na direção de segurança) era organizar um alegado confronto com as pessoas que o acusam de ter tentado 'comprar' um doente com Ébola na Guiné-Conacri e introduzi-lo na Guiné Equatorial", durante a realização da Taça das Nações Africanas (CAN), entre janeiro e fevereiro.

Em fevereiro, o representante da Guiné Equatorial junto à FAO, Crisantos Obama Ondo, denunciou na sua página do Facebook que alguns partidos da oposição, entre os quais o CPDS, tentaram introduzir um doente com Ébola para contagiar a população.

Em março, o CPDS apresentou uma denúncia de calúnia contra Crisantos Obama Ondo, que foi aceite por um tribunal de primeira instância de Malabo.

Apesar de Crisantos Obama Ondo se encontrar em Malabo, não foi convocado nem pelas autoridades judiciais e nem policiais para prestar declarações sobre o caso.

O CPDS sustentou que "o objetivo do regime, que levanta acusações inverosímeis contra o secretário-geral do CPDS - referindo que esse quer intimidar (Esono) de maneira extrema com vista às próximas eleições -, era visivelmente de realizar uma montagem".

O comunicado indicou que "estes atos e ameaças" pretendem que o CPDS desista das queixas judiciais.

O partido da oposição assegurou que, não só não se deixa intimidar, mas também seguirá na luta "contra a opressão aos meios pacíficos e legais para tornar a Guiné Equatorial num Estado em que se respeitem os direitos e liberdades de todos os cidadãos".

A Guiné Equatorial integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde julho de 2014.

Diário de Notícias Madeira

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