O
coordenador regional do PCP, Edgar Silva, disse hoje que a Região Autónoma da
Madeira está "refém" de um ato eleitoral "nada
transparente" que a faz aparecer "aos olhos do país como um lugar
anedótico".
Uma
delegação do PCP, encabeçada por Edgar Silva, foi hoje recebida pelo
Representante da República, a pedido deste, no Palácio de São Lourenço, no
âmbito da audição dos partidos políticos sobre apuramento dos resultados das
eleições legislativas regionais de 29 de março.
Numa
alusão ao pedido de recontagem de votos exigido pelo PCP na esperança de eleger
um terceiro deputado que tiraria a maioria absoluta ao PSD - situação que foi
anunciada pela assembleia geral de apuramento mas logo depois retirada devido a
um "erro informático" - e ao indeferimento, pelo Tribunal
Constitucional, do recurso interposto pelo PCP, Edgar Silva recordou que as
eleições regionais foram marcadas por um conjunto de situações que, em nada,
credibilizam o processo democrático e o processo eleitoral da Madeira".
"A
Região Autónoma da Madeira está refém do ato eleitoral nada transparente e
associado a práticas de eventual fraude e isso retira credibilidade ao sistema
político e condiciona a credibilidade e legitimidade deste governo",
declarou.
Para
Edgar Silva, "a Madeira aparece aos olhos do país como um lugar anedótico
por aquilo que tem de ridículo político, de ridículo eleitoral.".
"Parece
que, na Madeira, não se sabe contar", referiu.
O
deputado eleito considerou ainda que o ato eleitoral de 29 de março " teve
o mérito de mostrar três coisas: em primeiro lugar que a fraude ou mecanismos
que promovem a fraude estão aí; em segundo lugar que a fraude e a batota
eleitoral faz parte do sistema e, em terceiro lugar, que os batoteiros não
foram embora, estão aí".
O
dirigente comunista referiu ainda que "a CDU conseguiu um excelente
resultado, cresceu" ao eleger mais um deputado e formando, assim, um grupo
parlamentar.
"Podia
ter ido mais além se nos deixassem mas nós temos que pensar, agora, no futuro e
trabalhar para que a transformação da história seja imparável de acordo com
rumos de justiça social", disse, adiantando que a postura da CDU será a de
"sempre": "trabalho, rigor, transparência e competência".
Nas
eleições legislativas regionais antecipadas de 29 de março na Madeira, o PSD,
agora liderado por Miguel Albuquerque, que substituiu Alberto João Jardim,
conquistou a sua 11.ª maioria absoluta, obtendo 44,33% dos votos e 24 lugares
no parlamento regional.
O
CDS-PP foi a segunda força mais votada na região (13,69%) e conseguiu um grupo
parlamentar com sete elementos, menos dois que na anterior legislatura.
A
coligação Mudança (PS/PTP/MPT/PAN) ficou-se pelos 11,41% e seis deputados, o
Juntos Pelo Povo que se estrearam nestas legislativas obteve cinco deputados
fruto dos 10,34% dos votos, a CDU e o BE ficaram com dois representantes cada e
o PND conseguiu manter o seu lugar no parlamento regional.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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