segunda-feira, 27 de abril de 2015

Presidente da Guiné Equatorial visita China à procura de mais investimentos




Pequim, 27 abr (Lusa) - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, começa na terça-feira a sua oitava visita oficial à China, centrada uma vez mais na busca de investimentos em setores com o petróleo, gás, minas, agricultura e serviços básicos.

Obiang, que visitou a China pela última vez em 2012, chegará a Pequim já hoje à noite, mas a sua agenda oficial só começará na terça-feira, dia em que se reunirá com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, estando prevista a assinatura de vários acordos económicos.

Depois, o Presidente da Guiné Equatorial viaja para Dalian, onde inaugurará o Fórum Guiné Equatorial-Ásia, que decorre na quarta e na quinta-feira.

Obiang, que está à frente dos destinos do país desde 1979, viaja para a China acompanhado de vários empresários locais e pelos ministros das Finanças, Minas, Indústria e Energia, Saúde e Bem-Estar, e Agricultura e Bosques, entre outros.

A viagem coincide com a passagem dos 45 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, e num momento em que Malabo tem em lançamento um plano de industrialização e diversificação económica, o 'Horizonte 2020', no qual se espera que a China, a segunda maior economia do mundo, tenha um papel importante.

Na última década, têm sido vários os investimentos chineses no país, tendo as empresas chinesas participado em numerosos projetos de infraestruturas na Guiné Equatorial e têm-se mostrado especialmente interessadas nos projetos de desenvolvimento de transportes marítimos e no desenvolvimento da economia costeira no único país africano que fala espanhol, mas que pertence à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Entre os vários projetos levados a cabo pelas empresas chinesas contam-se a central hidroelétrica de Bikomo, a estrada que liga Nkue a Mongomo, os edifícios de telecomunicações de Malabo e Bata, e da emissora Radio Ecuatorial.

Na anterior visita de Obiang à China, em julho de 2012, o Banco Chinês de Exportações e Importações (Eximbank) assinou um acordo para financiar a eletrificação de Malabo, no valor de 174 milhões de dólares (161 milhões de euros).

O interesse da China na Guiné Equatorial cresceu à medida que foram sendo descobertas reservas de petróleo, que nos últimos anos tornaram a Guiné Equatorial na lista dos maiores produtores africanos, liderada pela Nigéria e Angola, e na nação com o maior PIB per capital, mas que tem cerca de dois terços da população numa situação de pobreza extrema.

A Economist Intelligence Unit (EIU), a unidade de análise da revista The Economist, prevê que a Guiné Equatorial sofra uma recessão de 5,5% este ano e de 2% em 2016, devido aos baixos preços do petróleo.

De acordo com o 'Country Repor' de abril, a que a Lusa teve acesso, os analistas da revista britânica afirmam que esperam que a economia da Guiné Equatorial se contraia 5,5% este ano, depois de uma queda de 2,3% no ano passado e antes de um novo recuo no Produto Interno Bruto no próximo ano, na ordem dos 1,9%, "em linha com a queda na produção de petróleo e do investimento público".

No documento, os analistas antecipam que a economia "recupere ligeiramente mais para o fim da década, motivado pela recuperação na produção de gás natural e pela continuada expansão do setor dos serviços e à medida que os esforços de diversificação económicas das autoridades começam a ter algum resultado".

Em fevereiro, a EIU já tinha revelado uma previsão de quebra na produção de petróleo na ordem dos 8%, para 234 mil barris por dia, prevendo que o abrandamento se acentue até ao final da década.

MBA // VM

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