Pequim,
27 abr (Lusa) - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, começa na
terça-feira a sua oitava visita oficial à China, centrada uma vez mais na busca
de investimentos em setores com o petróleo, gás, minas, agricultura e serviços
básicos.
Obiang,
que visitou a China pela última vez em 2012, chegará a Pequim já hoje à noite,
mas a sua agenda oficial só começará na terça-feira, dia em que se reunirá com
o seu homólogo chinês, Xi Jinping, estando prevista a assinatura de vários
acordos económicos.
Depois,
o Presidente da Guiné Equatorial viaja para Dalian, onde inaugurará o Fórum
Guiné Equatorial-Ásia, que decorre na quarta e na quinta-feira.
Obiang,
que está à frente dos destinos do país desde 1979, viaja para a China
acompanhado de vários empresários locais e pelos ministros das Finanças, Minas,
Indústria e Energia, Saúde e Bem-Estar, e Agricultura e Bosques, entre outros.
A
viagem coincide com a passagem dos 45 anos do estabelecimento de relações
diplomáticas entre os dois países, e num momento em que Malabo tem em
lançamento um plano de industrialização e diversificação económica, o
'Horizonte 2020', no qual se espera que a China, a segunda maior economia do
mundo, tenha um papel importante.
Na
última década, têm sido vários os investimentos chineses no país, tendo as
empresas chinesas participado em numerosos projetos de infraestruturas na Guiné
Equatorial e têm-se mostrado especialmente interessadas nos projetos de
desenvolvimento de transportes marítimos e no desenvolvimento da economia costeira
no único país africano que fala espanhol, mas que pertence à Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Entre
os vários projetos levados a cabo pelas empresas chinesas contam-se a central
hidroelétrica de Bikomo, a estrada que liga Nkue a Mongomo, os edifícios de
telecomunicações de Malabo e Bata, e da emissora Radio Ecuatorial.
Na
anterior visita de Obiang à China, em julho de 2012, o Banco Chinês de
Exportações e Importações (Eximbank) assinou um acordo para financiar a
eletrificação de Malabo, no valor de 174 milhões de dólares (161 milhões de
euros).
O
interesse da China na Guiné Equatorial cresceu à medida que foram sendo
descobertas reservas de petróleo, que nos últimos anos tornaram a Guiné
Equatorial na lista dos maiores produtores africanos, liderada pela Nigéria e
Angola, e na nação com o maior PIB per capital, mas que tem cerca de dois
terços da população numa situação de pobreza extrema.
A
Economist Intelligence Unit (EIU), a unidade de análise da revista The
Economist, prevê que a Guiné Equatorial sofra uma recessão de 5,5% este ano e
de 2% em 2016, devido aos baixos preços do petróleo.
De
acordo com o 'Country Repor' de abril, a que a Lusa teve acesso, os analistas
da revista britânica afirmam que esperam que a economia da Guiné Equatorial se
contraia 5,5% este ano, depois de uma queda de 2,3% no ano passado e antes de
um novo recuo no Produto Interno Bruto no próximo ano, na ordem dos 1,9%,
"em linha com a queda na produção de petróleo e do investimento
público".
No
documento, os analistas antecipam que a economia "recupere ligeiramente
mais para o fim da década, motivado pela recuperação na produção de gás natural
e pela continuada expansão do setor dos serviços e à medida que os esforços de
diversificação económicas das autoridades começam a ter algum resultado".
Em
fevereiro, a EIU já tinha revelado uma previsão de quebra na produção de
petróleo na ordem dos 8%, para 234 mil barris por dia, prevendo que o
abrandamento se acentue até ao final da década.
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// VM
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