sábado, 9 de maio de 2015

Angola. A REPRESSÃO DO MPLA SEGUNDO A TRADIÇÃO


clicar para ampliar
William Tonet - Folha 8 digital (ao) – 09 maio 2015

Num dos seus mais recen­tes pronun­ciamentos públicos, desta vez a propósito do “Caso Kalupeteka”, o presidente José Eduardo dos Santos afirmou que a «seita “Sétimo Dia Luz do Mundo” é uma ameaça para a paz e a estabilidade em Angola». Esta asserção foi comentada negativa­mente pelo F8, partindo do princípio que uma organi­zação composta por cerca de 8.000 jamais poderia fazer frente a um partido como o MPLA que é confundido pelos seus militan­tes com o país (Angola é o MPLA e o MPLA é An­gola) e se orgulha de ter 5 milhões de militantes.

Parece ridículo, mas não é, porque, se por um lado é verdade que o minúscu­lo David/Kalupeteka nun­ca poderá ser um perigo nem um desestabilizador para “o maior partido de África”, o MPLA/JES, por outro, corre efectivamente o risco de se desestabilizar, mas por obra quase exclu­siva do próprio MPLA/JES.

Estamos em Maio e, nes­ta conjuntura muito tensa em que vivemos por causa da repressão policial, dos Serviços de Segurança de Estado e mesmo com in­tervenções discretas mas visíveis das FAA’s, o desi­quilíbrio político só é evi­tado porque os partidos da oposição estão com­pletamente amarfanhados e sem forças, a sociedade civil, grita para fora, mas não se mexe cá dentro, e as potências que se dizem defensoras de ideais de­mocráticos calam-se por­que o petróleo é uma força contra a qual não convém de maneira nenhuma lutar.

F8, muito antes de ter acontecido o que se pas­sou no monte Sumi no passado dia 16 de Abril, onde manifestamente foi cometido um genocídio real, “improvável” mas evidente, tem vindo a es­tudar o comportamento do partido no poder e foi forçado a concluir que a reacção repressiva de extrema violência que se verificou agora é uma sim­ples repetição de reacções repressivas recorrentes e características do MPLA ao longo da sua tortuosa história, a propósito da qual estamos a preparar, um complex dossier, que pedimos contribuições de topdos os leitores e ami­gos da democracia e liber­dades, para que possamos levar as barras do Tribu­nal Internacional de Haia, um conjunto de responsá­veis angolanos, ligados a crimes hediondos, contra a humanidade que não prescrevem. A culpa dos genocídios em Angola não pode morrer solteira. Te­mos de começar a denun­ciar os abusos e as chaci­nas seletivas, cometidas por gente, que tem rosto, em nome da manutenção do poder.

Depois, seguir-se-á a edi­ção de um livro com algu­mas reflexões, descreven­do situações que, do ponto de vista do seu significado analógico, no sentido estrito de analogia, têm muito a ver com a reacção instintiva das forças de segurança do Estado no dia 16 de Abril no monte Sumi, Km 25, na província do Huambo.

Por isso, cada um de nós deve começar a manifes­tar-se contra a constante e permanente violação das liberdades e da democra­cia. Vamos dizer BASTA! Vamos colocar na RUA, quem viola o Estado demo­crático. Não fique MUDO! Grite contra a Corrupção e o abuso do poder.

*(Veja mais pormenores nas páginas de Política)


Sem comentários:

Mais lidas da semana