Brasília –
Embora não tenha se posicionado no debate sobre cotas no período em que foi
professor de Ética e Filosofia da Universidade de S. Paulo (USP), o ministro
Renato Janine Ribeiro, considera que a desigualdade que resulta da
discriminação de negros e indígenas “é uma realidade empírica e a medida mais
adequada se chama ação afirmativa, que pode incluir cotas ou não cotas, mas que
é muito importante”.
A
afirmação foi feita em entrevista ao Portal G1, e Renato Janine é
tachativo quanto a necessidade de se reconhecer a desigualdade entre negros,
indígenas e não negros na sociedade brasileira: “Haverá cotas enquanto houver
racismo. Quanto você tiver realmente uma igualdade étnica, quer dizer, quando
ninguém for discriminado por ser negro, ou descendente de negro, ou indígena,
ou outros casos... Quando isso tiver sido superado, você não vai precisar de
cotas. Agora, é uma realidade empírica que quando você vai, nos ambientes,
vamos dizer, mais destacados, seja do dinheiro, seja da cultura, seja do poder,
você encontra relativamente muito poucos negros ou descendentes de indígenas.
Então, isso requer medidas. E a medida mais adequada se chama ação afirmativa,
que pode incluir ou não cotas, mas que é muito importante”, afirmou.
Desde
agosto de 2012, o Ministério da Educação (MEC) adota cotas sociais e raciais no
Sistema de Seleção Unificada (SISU). Também desde 2013, as universidades
federais e institutos tecnológicos passaram a destinar 12,5% das vagas para
alunos de escolas públicas e, um percentual para estudantes autodeclarados
pretos pardos ou indígenas.
A
proposta é que esse percentual que em 2014 era de 25% e este ano de 37,5%, no
ano que vem garanta 50% das vagas para estudantes cotistas.
Janine
que hoje é professor aposentado da USP, também comentou a resistência da
Universidade de onde saiu a adoção de cotas para negros: "A USP se
convenceu da importância de você favorecer o aluno egresso do ensino público.
Mas até hoje, em termos de cotas raciais, ela foi tímida. Mas isso, de qualquer
forma, está sendo colocado em discussão", disse.
Afropress,
com informações do Portal G1
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