O
secretário-geral do PCP defendeu hoje que o perigo de "uma nova guerra
mundial não deve ser subestimado", falando durante uma sessão de
comemoração dos 70 anos da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial.
"Na
complexa e instável situação internacional dos nossos dias, o perigo de um
conflito militar de grandes proporções, de uma nova guerra mundial, não deve
ser subestimado", defendeu o líder comunista, Jerónimo de Sousa.
Na
designada sessão "70.º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo",
que decorreu no auditório do Liceu Camões, em Lisboa, o secretário-geral do PCP
argumentou que, "a situação mundial, distinguindo-se por importantes
diferenças resultantes de novas realidades e das profundas transformações
entretanto ocorridas, apresenta, no entanto, alguns traços semelhantes com a
situação mundial que antecedeu a Segunda Guerra Mundial".
"Os
setores mais reacionários e agressivos do grande capital apostam de novo no
fascismo e na guerra como respostas para a crise do capitalismo e como forma de
prevenir e enfrentar explosões de revolta social e de transformação
revolucionária que inevitavelmente irromperão", sustentou.
Jerónimo
de Sousa fez estas afirmações entre uma linha der argumentação de defesa da
"verdade histórica", perante "as sistemáticas e premeditadas
tentativas de falsificação dos acontecimentos" da II Guerra, nomeadamente
a "a insultuosa equiparação do fascismo com o comunismo, que equipara o
opressor com o resistente ou o carrasco com a vítima".
As
"lições do passado" e o conhecimento da "verdade histórica"
são mais necessários ainda, disse, "perante o avanço de forças fascistas,
o crescimento do militarismo, a multiplicação de guerras de agressão
imperialistas, perante os crescentes ataques a direitos, liberdades e garantias
fundamentais a pretexto do 'combate ao terrorismo', perante a
institucionalização de sistemas de poder supranacional ao serviço do grande
capital e das grandes potências que, como na União Europeia, colocam em causa a
soberania nacional e a democracia, perante o domínio imperialista dos fluxos de
informação e o controlo dos grandes meios de comunicação social pelo grande
capital".
Jerónimo
de Sousa considerou "necessário prosseguir com determinação a luta para
que tragédia semelhante aquela que há 70 anos terminou jamais aconteça".
"Setenta
anos depois da vitória sobre o nazi-fascismo, a luta pela paz, contra o
fascismo e a guerra, é de uma premente atualidade, exigindo que as forças da
paz, da democracia e do progresso social se unam para travar o avanço das
forças xenófobas, racistas, fascistas e impedir um conflito de grandes
proporções", declarou.
Jerónimo
de Sousa disse que "o PCP continuará empenhado, em Portugal e no plano
internacional, pela sua ação própria e no quadro do movimento comunista e
revolucionário internacional e da frente anti-imperialista, em contribuir para
a unidade da ação das forças da paz e do progresso social".
Essa
ação dirige-se, apontou, "na luta em prol da dissolução da NATO, contra a
militarização da União Europeia, pelo fim das bases militares estrangeiras,
pelo desarmamento, em particular, pela abolição das armas nucleares e outras
armas de destruição massiva, pelo respeito pela Carta das Nações Unidas e, em
particular, da soberania dos estados" e pela "solidariedade com todos
os povos vítimas da opressão e das ingerências e agressões do imperialismo,
como com o povo ucraniano e o povo palestiniano".
Em
Portugal, o líder comunista apontou a necessidade do "reforço da luta contra
a política agressiva do imperialismo, pelo desarmamento e a paz" pelo qual
passará "a derrota da política de direita de submissão ao
imperialismo".
A
sessão encerrada pela intervenção de Jerónimo de Sousa foi ocupada por
declamação de poesia, momentos musicais, com o Coro Lopes-Graça, por exemplo, e
performances teatrais.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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