A
Direção-Geral de Saúde vai enviar mais quatro especialistas para ajudar a
detetar e prevenir o vírus Ébola na Guiné-Bissau, respondendo a um pedido da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e reforçando a equipa portuguesa no país.
"A
Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra contactou a Direção-Geral da
Saúde (DGS) no sentido de selecionar rapidamente especialistas em epidemiologia
e antropologia para se deslocarem de imediato à Guiné-Bissau e este pedido da
OMS foi respondido positivamente", reforçando-se a missão já em Bissau,
disse à Lusa Francisco George, o diretor-geral da DGS.
"Selecionámos
quatro especialistas de imediato para serem contratados pela OMS", referiu
ainda Francisco George, sem acrescentar mais pormenores.
A
Guiné-Bissau possui desde março um laboratório instalado por Portugal, no qual
especialistas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e do Instituto
Nacional de Saúde (INSA) Dr. Ricardo Jorge podem detetar o vírus Ébola a partir
de amostras em cerca de cinco horas.
Antes
desse laboratório, era necessário recorrer ao estrangeiro, com prazos mais
longos e arriscando a que a demora na análise comprometesse o isolamento das
cadeias de transmissão.
Cinco
casos de Ébola foram detetados num município do norte da Guiné-Conacri que faz
fronteira com a Guiné-Bissau, anunciou na quarta-feira a OMS.
De
acordo com o relatório de quarta-feira da OMS, a semana passada foi aquela em
que se registou o maior número total de casos confirmados de Ébola ao longo de
um mês, com 35 casos notificados da Guiné-Conacri e Serra Leoa.
Dada
a proximidade, "uma equipa de resposta da Guiné-Bissau foi enviada para a
fronteira para avaliar pontos de entrada", anunciou a OMS.
Por
outro lado, "uma equipa de investigação epidemiológica também se mobilizou
para garantir que quaisquer contactos que atravessam a fronteira são
rastreados".
Apesar
de os países vizinhos (Guiné-Conacri, Mali e Senegal) já terem sido afetados
pela epidemia, nenhum caso de Ébola foi detetado na Guiné-Bissau.
A
equipa de portugueses que está na Guiné-Bissau a ajudar este país na deteção do
Ébola já apoiou os profissionais locais a controlarem um surto de sarampo e um
outro de meningite, assim como estão a desenvolver atividades de formação.
A
África Ocidental foi atingida por um grande surto de Ébola, que teve início no
fim de 2013/início de 2014, que já matou mais de 10 mil pessoas e os países
mais afetados são Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria, segundo a OMS.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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