Em
Portugal, quase 9.500 empresas exportam para o mercado angolano, das quais mais
de metade não exporta para nenhum outro país. Só no ano passado, 5.256 empresas
dependiam a 100% de Angola para realizar as suas vendas para fora do país,
revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), apurados pelo Público.
Dada
a crise económica que se faz sentir em Angola devido ao baixo preço do
petróleo, fez com que as importações angolanas de produtos portugueses
sofressem uma forte quebra. De acordo com dados do INE, mais de 5 mil
empresas dependem inteiramente de Angola para garantir a exportação dos seus
produtos.
Em
declarações ao Público, Paula Carvalho, economista-chefe do gabinete de estudos
económicos e financeiros do BPI, estas empresas “provavelmente passarão por
dificuldades sérias, por dois motivos; por um lado, as necessidades de
importações de Angola tenderão a reduzir-se, por força do encolhimento e dos
condicionantes que afetam a procura doméstica; por outro lado, a queda das
receitas petrolíferas denominadas em dólares, reflete-se em escassez da moeda e
maior dificuldade em realizar pagamentos internacionais, pelo que haverá uma
tendência para acumular atrasados”.
Até
5 de junho, eram mais de 300 as empresas que fizeram pedidos de adesão a linhas
de financiamento criadas pelo Governo, de modo a aliviar a situação de
tesouraria. O valor total dos pedidos de financiamento era de 121 milhões
de euros.
Os
dados do INE revelam ainda que existem mais de 600 empresas cujo grau de
dependência do país Angolano ultrapassa os 90%. Para Paula Carvalho, a
sobrevivência destas empresas depende do seu grau de resiliência, ou
seja, “da folga acumulada nos bons tempos e capacidade de a utilizar numa
conjuntura desfavorável, mas que deverá ser temporária”.
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