José
Rocha Dinis – Tribuna de Macau (mo), opinião
Há
que reconhecer que era previsível a derrota da proposta de lei que previa a
introdução do sufrágio universal nas eleições para o Chefe do Executivo de Hong
Kong em 2017.
O
Conselho Legislativo de Hong Kong necessitava de uma maioria qualificada de
dois terços dos seus 70 membros e, com 27 deputados da ala democrata unidos no
voto contra, a ala pró-Pequim estava praticamente condenada.
Dificilmente
alguém poderia imaginar, contudo, que 30 deputados apoiantes do Governo
decidissem sair da sala antes da votação (seja lá porque razão) deixando oito
isolados no voto a favor.
Na
política como no desporto, o resultado é que conta: o texto resultante da
decisão do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da RPC sobre a
reforma política da RAEHK teve o apoio de apenas oito membros do LegCo. O
Governo Central dificilmente abrirá o processo do sufrágio eleitoral pelos anos
mais próximos, como aliás, foi repetidamente avançado.
Nada
vai ficar como dantes: as “ondas de choque” vão-se fazer notar nas relações
entre Hong Kong e a RPC, país soberano da Região Administrativa; é de prever
que haja “cabeças a rolar” no Governo de Hong Kong e nos seus apoiantes; e
mesmo quem em Pequim acompanhou este processo deverá estar hoje muito nervoso.
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