(O
Heartland, segundo Mackinder)
De
acordo com a versão onlinedo semanário português Expresso,
a China terá defendido hoje, e cito, “a continuação da Grécia na zona euro,
mostrando-se disponível para "contribuir" para uma solução para a
crise. Declarações são feitas dois dias antes da cimeira com a União Europeia,
que decorre segunda-feira, em Bruxelas” (fim de citação).
Esta
atitude chinesa de se pôr adiante, perante os Gregos e a Europa, não é mais do
que um reafirmar daquilo a que já designei da Teoria de Mahjong –
onde a política externa chinesa através da “queda” peça a peça territorial, e
com a sua reconhecida paciência, vão forçando todos os territórios limítrofes a
se submeterem ao controlo político, geográfico e militar chinês!
Na
realidade passa pela China recuperar aquilo que considera seu (os tais
territórios limítrofes – o Tibete é um dos casos, bem como as penínsulas do
sudoeste asiático – mais os territórios conquistados por Gengis Khan e apertar
o cerco aos "falidos" (recorde-se EUA, Europa, África) até a tenaz
ser impossível de ser aberta!
Em
boa verdade, e na perspectiva chinesa, não há aqui mais que uma nova versão doHeartland do
geógrafo e estratega britânico Halford John Mackinder, que segundo a sua
interpretação, o Estado que controlasse todo o Heartland poderia tentar obter
saídas para mares abertos e tornar-se uma potência anfíbia que poderia dominar
o que ele denominavaWorld Island (Ilha Mundo), zona compreendida pela
Eurásia e África do Norte, ligados pelos Montes Urais e pelo istmo de Suez. Daí
que Mackinder defendesse o reforço dos Estados talassocratas (potências
marítimas, no caso o Reino Unido, mas que foi mais levada a sérios pelos EUA).
Ora,
perante estes novos dados geopolíticos, pode-se e deve-se complementar aquela
estratégia geopolítica com a teoria geopolítica de Nicholas John Spykman,
o Rimland, onde previa e que o controlo marítimo (leia-se, todos os
Estados marítimos entre a Ásia e a América do Norte, contornando toda a África)
por parte de uma nova potência epirocrata(potências continentais) levaria
ao evidente controlo de todas as rotas marítimas asfixiando o comércio e
político internacionais. Ora Spykman dizia que quem “controlasse o Rimland
governaria a Eurásia, e quem governasse a Eurásia controlaria os destinos do
mundo”!
Com
calma e a sua proverbial paciência os chineses vão conseguindo alguns dos seus
intentos. É certo que tem um adversário de peso, ainda que com um calcanhar de
Aquiles muito debilitado, chamada Rússia. Não é em vão que Putin tenta mostrar
uma Federação Russa forte, determinada, política e militarmente, embora com
evidentes carências financeiras e económicas – como mostram as sanções
euro-norte-americanas – mas que procura esbatê-las através de sinaléticas
financeiras, como as que já fez constar através de uma ajuda à Grécia, o que
colocaria em causa as geopolíticas ocidentais, em particular, a OTAN/NATO!
*Investigador
do CEI-IUL e CINAMIL
**Eugénio
Costa Almeida* – Pululu -
Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em Relações Internacionais e
Doutorado em
Ciências Sociais - ramo Relações Internacionais -; nele
poderão aceder a ensaios académicos e artigos de opinião, relacionados com a
actividade académica, social e associativa.
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