Da
Lusa, em Notícias ao Minuto, a Guiné-Bissau é objeto de noticiário que aborda a
crise guineense construída e despoletada pelo presidente José Mário Vaz ao
demitir sem causa aparente e razoável o governo eleito há pouco mais de um ano.
As intenções ainda subterrâneas do PR estão por ser reveladas nas próximas
decisões e atitudes de Mário Vaz, certo é que a presidência tudo faz para
manipular em seu favor os guineenses, procurando também galvanizar o apoio dos
militares e a volta de tudo ao mesmo nos golpes e contra-golpes. Felizmente que
até agora o comportamento dos militares tem sido exemplar e a crise carrega em
si somente o peso das políticas e golpadas palacianas da presidência, do
presidente Mário Vaz.
Para
além dos despachos da Agência Lusa que poderá ler neste compacto de notícias
compilado pelo PG, recorremos ao dizer puro e duro do jornalista guineense Aly
Silva no Ditadura do Consenso. Desde Bissau ele descreve em curtas mensagens o
que foi, o que é e o que pode acontecer na deriva desta golpada presidencial.
Leia-se.
QUEDA
DO GOVERNO: PAIGC adia mega-manifestação
A MEGA MANIFESTAÇÃO ficou adiada para Segunda-feira, dia 17 agosto, com a mesma CONCENTRAÇÃO a partir das 2 Horas da tarde, nas seguintes pontos:
- Chapa de Bissau
- Largo da Câmara Municipal de Bissau
- Praça dos Heróis Nacionais (Império)
Obrigado
Carlos Vaz
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ALERTA:
NÃO há pagamentos de SALÁRIOS este mês na Função Pública da Guiné-Bissau. Tudo
porque o Presidente da República mandou fechar(!?) as portas do ministério das
Finanças: Ninguém entra, e, assim, não haverá processamento das folhas
salariais. AAS
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À
COMUNIDADE INTERNACIONAL/ATENÇÃO MUNDO: Se faltar energia eléctrica nós
próximos dias, se faltar gasóleo para os hospitais, se faltarem bens de primeira
necessidade, se os preços aumentarem, se os fornecedores do Estado não puderem
receber, se o Estado não pagar o que deve, se os compromissos do País forem
afectados por atrasos, se... há apenas um culpado e que deve ser
responsabilizado: chama-se José Mário Vaz, e é o Presidente da República da
Guiné-Bissau (não se sabe é até quando...). Podem vir contentores de armas,
paletes de balas, mas neste País ninguém meterá medo a ninguém. Nunca mais a
Guiné-Bissau regressará à Ditadura, menos ainda se no-la quiserem impor, menos
ainda a mando do cruel ditador gambiano, e presidente, Yaya Jahmeh...AAS
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ALERTA
URGENTE - Queda do Governo, ou Golpe de Estado? Ditadura do Consenso apurou que
elementos alheios à governação (talvez da segurança do Estado) impedirão, neste
caso em particular, o ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins, de ter
acesso ao seu local de trabalho. Que se saiba, a queda de um Governo NÃO é a
morte do Estado. Existe a chamada gestão corrente do País. Que fique claro: se
se impedir qualquer membro do Governo de aceder ao seu gabinete, TODA A
RESPONSABILIDADE dos possíveis danos será endossada ao Presidente da República.
Afinal é a queda do Governo ou é um GOLPE DE ESTADO?
Publicadas
por António Aly Silva em Ditadura do Consenso
A
realidade guineense no seu esforçado e duro quotidiano para as populações
abandonadas por uma parte da elite gananciosa e de atitudes antipatrióticas emergiu
novamente. O desfecho está por acontecer mas os receios e os pessimismos ocupam
as mentes e corações das populações. Algo de muito positivo será os militares
manterem-se nos quartéis e imparciais. Pese embora que de facto o PR golpista é
o Comandante em Chefe supremo dos militares. Façam-se votos e exigências para
que não embarquem em “loucuras” como no passado recente.
Uma
resposta para Aly Silva, quando inquire se o acontecido foi a “queda do governo”
ou se assistimos a “um golpe de Estado”. Para muitos de nós o golpe de Estado
continua, conforme a vontade demonstrada pelo presidente da República, seu
mentor e executante. É de temer o que de mau, para as populações, possa vir a acontecer
seguidamente. Os guineenses, nem povo algum, merece ter nas instâncias
superiores do país mentecaptos golpistas como José Mário Vaz.
E,
a seguir, a Lusa em Notícias ao Minuto, sobre a Guiné-Bissau.
Redação
PG
ONU
manifesta preocupação com situação na Guiné-Bissau
Os
membros do Conselho de Segurança da ONU manifestaram hoje preocupação com os
recentes acontecimentos na Guiné-Bissau e salientaram a importância de as
forças de segurança não interferirem na situação política.
"Os
membros do Conselho de Segurança expressaram preocupação com os
desenvolvimentos em curso no país. Apelaram aos líderes para dialogarem e
chegarem a um consenso para a resolução da crise que sirva os interesses do
povo da Guiné-Bissau", refere um comunicado divulgado no final do encontro
do Conselho de Segurança.
A
situação na Guiné-Bissau foi hoje discutida no Conselho de Segurança, que
tentou perceber melhor o levou o Presidente guineense, José Maria Vaz, a
derrubar o Governo, sem apoios visíveis dentro ou fora do país e sob
contestação interna de forças políticas e organizações da sociedade civil.
Num
comunicado, o Conselho de Segurança da ONU pede a todas as partes para
permanecerem "calmas" e apelou às forças de segurança, sociedade
civil e líderes políticos para "continuar a agir de forma pacífica em
conformidade com a Constituição e o Estado de Direito".
O
Conselho de Segurança "salientou a importância da não interferência das
forças de segurança na situação política da Guiné-Bissau".
"Os
membros do Conselho de Segurança apelaram às partes para resolver a atual
disputa política no interesse da paz na Guiné-Bissau", sublinha o
comunicado, acrescentando que aquele órgão da ONU vai continuar a acompanhar a
situação e a "responder apropriadamente".
O
Presidente guineense demitiu esta semana o executivo, liderado por Domingos
Simões Pereira, num decreto em que se justifica com quebra mútua de confiança,
dificuldades de relacionamento com o chefe do Governo e sinais de obstrução à
justiça.
Num
discurso à Nação, José Mário Vaz acusou ainda o primeiro-ministro e o Governo
de corrupção, nepotismo e de falta de transparência na gestão pública.
Domingos
Simões Pereira, antigo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), disse quinta-feira estar "chocado" pela forma como
o Presidente "faltou à verdade".
O
Governo estava em funções há um ano, depois de o Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vencer as eleições com maioria
absoluta e de ter recebido duas moções de confiança aprovadas por unanimidade
no Parlamento nos últimos dois meses - além de ter o apoio da comunidade
internacional.
Apesar
de todas as forças políticas e várias entidades, dentro e fora do país, terem
feito apelos públicos dirigidos ao Presidente no sentido do diálogo e
estabilidade, José Mário Vaz decidiu derrubar o Governo e deverá agora pedir ao
PAIGC que indique um novo nome para primeiro-ministro.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Presidente
solicita ao PAIGC que indique um primeiro-ministro
O
Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, solicitou, por
escrito, ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que
indique um nome para o cargo de primeiro-ministro, anunciou a presidência.
Em
comunicado, a Presidência explica que o pedido foi endereçado ao PAIGC "na
qualidade de partido vencedor das últimas eleições legislativas".
José
Mário Vaz solicitou o nome depois de se ter reunido separadamente, durante a
manhã, com os partidos com assento parlamentar.
Nos
encontros, todos concordaram com a consulta ao PAIGC, adianta a Presidência.
O
partido já anunciou que vai voltar a propor o nome do primeiro-ministro
demitido, Domingos Simões Pereira, tal como consta dos estatutos daquela força
política: o presidente do PAIGC é o nome indicado para liderar o Governo.
Os
órgãos dirigentes do partido renovaram a confiança em Simões Pereira e
vão seguir os estatutos.
O
Presidente da República não voltou a prestar declarações públicas depois de na
quarta-feira ter demitido o Governo e desconhece-se o que fará quando for
confrontado com o nome do mesmo primeiro-ministro que demitiu.
O
Presidente da República demitiu o executivo num decreto em que se justifica com
quebra mútua de confiança, dificuldades de relacionamento com o chefe do
Governo e sinais de obstrução à Justiça.
Num
discurso à nação, José Mário Vaz acusou ainda o primeiro-ministro e o Governo
de corrupção, nepotismo e de falta de transparência na gestão pública.
Domingos
Simões Pereira disse na quinta-feira estar "chocado" pela forma como
o Presidente "faltou à verdade".
O
Governo estava em funções há um ano, depois de o PAIGC vencer as eleições com
maioria absoluta e de ter recebido duas moções de confiança aprovadas por
unanimidade no Parlamento nos últimos dois meses - além de ter o apoio da
comunidade internacional.
Apesar
de todas as forças políticas e várias entidades, dentro e fora do país, terem
feito apelos públicos dirigidos ao Presidente no sentido do diálogo e
estabilidade, José Mário Vaz decidiu derrubar o Governo e deverá agora pedir ao
PAIGC que indique um novo nome para primeiro-ministro.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
"Contas
do Presidente estão todas erradas", diz ministro guineense
O
ministro das Finanças cessante da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, referiu que as
contas apresentadas pelo Presidente da República, José Mário Vaz, para
justificar a demissão do Governo "estão todas erradas".
"Infelizmente
as contas estão todas erradas" e há até falhas "elementares de
conversão de francos CFA em dólares".
"Causa-nos
muita estupefação que esses sejam os dados que justificam a delapidação dos
recursos públicos" a que o chefe de Estado fez alusão.
Geraldo
Martins falava numa conferência de imprensa destinada a fazer "uma
clarificação" do que foi a gestão do Governo durante os 12 meses em que
esteve em funções, que classificou de "muito boa" e elogiada pelos
parceiros internacionais.
No
discurso de quarta-feira em que justificou a demissão do Governo, José Mário
Vaz questiona o destino dado a 85 milhões de euros.
Geraldo
Martins mostrou hoje dados das contas públicas segundos os quais houve muitas
mais despesas do Estado para além das referenciadas pelo Presidente e que
justificam o valor.
"Além
das despesas salariais", a que José Mário Vaz fez alusão, "há muitas outras",
enumerando-as, desde pagamento da dívida externa a despesas comuns - que inclui
as medidas de combate ao Ébola, por exemplo.
Segundo
referiu, os dados são públicos, passaram este ano a ser publicados na Internet
e são seguidos pelas organizações financeiras internacionais parceiras da
Guiné-Bissau.
O
que o Presidente fez com as contas do Estado, "foi um exercício infeliz",
concluiu Geraldo Martins.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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