segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Agressões, destruição e uma dezena de detidos em greve de taxistas em Luanda



Mais de uma dezena de indivíduos foram detidos hoje pela Polícia Nacional de Angola na sequência de uma greve de taxistas iniciada durante a manhã, em Luanda, e que resultou em agressões e destruição de viaturas.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia, inspetor-chefe Mateus Rodrigues, disse que a greve visava apresentar junto do Governo Provincial de Luanda algumas reclamações dos taxistas - transporte público informais -, como a falta de paragens e necessidade de subida das tarifas, devido aos vários aumentos dos combustíveis do último ano.

Segundo Mateus Rodrigues, a reclamação teve lugar, mas alguns taxistas alteraram a ordem e tranquilidade pública, tendo sido a polícia chamada a intervir.

"Nas suas ações partiram vidros de algumas viaturas, causaram danos materiais, agrediram algumas pessoas, causaram ofensas corporais, é neste segundo momento que a polícia é chamada", disse o porta-voz do comando provincial.

Mateus Rodrigues sublinhou que com a intervenção da polícia, foram detidas algumas pessoas, cujos aspetos processuais estão em curso para serem presentes a tribunal.

"Não podemos adiantar ainda o número de pessoas, porque as atividades continuam, neste momento temos equipas no terreno, mas é um número superior a dez elementos", frisou.
O responsável garantiu que a situação neste momento é calma, tendo já sido reposta a legalidade em várias zonas da capital angolana.

Para o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia, as declarações públicas dos líderes das duas associações de taxistas, demarcando-se da greve e reprovando o ato, contribuiu para a acalmia da situação e para o regresso à normalidade.

"Vamos continuar [no terreno] até que a situação esteja completamente calma, já não é a mesma situação do início da manhã, já conseguimos repor a legalidade em algumas zonas, mas ainda existem alguns pontos em que esses desordeiros persistem e nós estamos no encalço deles, até que cesse completamente a situação", disse.

Por sua vez, o presidente da Associação de Taxistas de Luanda, Manuel Faustino, disse à Lusa que tinha conhecimento da intensão de se realizar hoje a greve, embora não tivesse participação.

"Não colaboramos, não somos os promotores, mas temos conhecimento que haveria de haver e que está acontecer", disse Manuel Faustino, apelando aos taxistas para um encontro ainda hoje para ouvir as reivindicações e encontrar soluções.

Como resultado da greve, observou-se hoje, sobretudo durante a manhã, grandes aglomerados de pessoas nas paragens de táxis.

NME // PJA – Lusa, em Sapo

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