Mário Motta, Lisboa
Gato
escaldado de água fria tem medo. Um adágio que tem feito carreira no capítulo
da desconfiança extrema que depositamos em alguém. Neste caso refira-se o atual
primeiro-ministro e toda a chamada coligação Portugal prá Frente ou vice-versa. Ou à frente... para mais abismo. O verso e o reverso daquilo que Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva,
banqueiros e grandes empresários representam naquela aliança exclusivista de
uma elite que mais não tem feito que roubar e exaurir os portugueses.
Em
repetição, temos nesta campanha eleitoral o empenho dos salafrários do costume. Os
salafrários que desde há quatro anos a esta data têm votado à miséria e à fome
mais de dois milhões de portugueses, empurrados para a pobreza extrema, que só não
é referida nas estatísticas com os seus números reais por “bondade” dos “donos
das estatísticas" e donos disto tudo… por enquanto.
Segue
um título no texto incluso: “Governo acena com aumentos e médicos, Passos não
larga crucifixo”, escrito por Ana Lemos no Notícias ao Minuto. Na verdade
Passos repete a dose de promessas-mentiras, a dose de desonestidade costumeira
que o mostrou como um grande mentiroso da história de Portugal. Bem o disse
Marques Mendes, que Passos ficaria na história do país. Eis como. Como um grande
aldrabão. O maior aldrabão e descarado pós 25 de Abril.
Vai
daí, com o maior descaramento, promete mundos e fundos, novamente, para fazer
exatamente o contrário assim que se sentir reeleito. Assim agiu anteriormente,
de há quatro anos para cá, assim fará se voltar a ser reeleito. Assim será. O
seu compincha Cavaco Silva esfrega as mãos de expetativa e contentamento pelo
que julga ter a certeza de vir a acontecer e que só ele "sabe mas não diz" a
ninguém.
Cavaco
não precisa dizer o que fará. Todos sabemos o que fará se não saírem destas
eleições expressiva quantidade de votos de repúdio pelo seu governo radical desde há quatro
anos. Se não, Portugal e os portugueses podem contar com mais boda aos banqueiros e aos
escandalosamente mais ricos, que são quem apoia financeiramente Cavaco Silva e
o bando que ele mantém nos poderes. A direita mais ressabiada desde o 25 de Abril
de 1974 encorpora-se na pessoa de Cavaco Silva e deste governo que ele quer manter
à viva força. Esqueçam-se as inconstitucionalidades. Esqueçam-se todos os
podres que ao longo de quatro anos foram sendo reciclados por Cavaco para
português enganar. Esqueçam-se as injustiças. Esqueçam-se as mentiras –
inclusive de Cavaco sobre o BES, por exemplo.
As
promessas de rios de mel saem das bocas dos da coligação PàF. Logo que reeleitos, cairão
por terra tais promessas, como já aconteceu. Não será de estranhar que Passos agora surja com
um crucifixo? Antes nunca se notou, nem se revelou, que fosse um católico tão
fiel, tão aplicado, tão fanático. Vê-lo agora naqueles propósitos é como ver o
diabo na cruz em vez de Cristo. Só um excomungado diabo se lembraria de tal
jogada para enganar os portugueses.
Naqueles
propósitos, reportando-nos ao passado de enganos, falsidades e mentiras de
Passos, só é possível ver nele e naquele crucifixo que exibe o diabo com
uma cruz. Jesus Cristo, segundo a Bíblia, sempre foi dedicado e fiel aos
pobres, aos explorados, aos oprimidos. Era Ele que dizia: “é mais fácil a um
camelo passar pelo fundo (cu) de uma agulha do que a muitos ricos entrarem no
reino dos céus”. Essa não tem sido a política de Passos, de Portas, nem de
Cavaco Silva – o grande impulsionador desta direita radical que temos o dever
de repudiar na votação do próximo dia 4 de Outubro.
Não nos esqueçamos do mentiroso que Passos e seu bando têm dado provas de ser. Que
nem o diabo com uma cruz lhes valha. Assim seja.
(MM/PG)
Governo
acena com aumentos e médicos, Passos não larga crucifixo
Em
tempo de eleições, escapar à promessa em busca do voto, pode revelar-se uma
‘tarefa difícil’. A verdade é que, nos últimos meses, têm sido várias as ‘boas
notícias’ dadas pelo Governo, nomeadamente aos funcionários do Estado. Ora
vejamos.
Em
contagem decrescente para as eleições de 4 de outubro, há acordos assinados,
aumentos salariais, médicos de família para todos, promessa de devolução de
parte da sobretaxa de IRS. Pela conquista do voto ou não, a verdade é que nos
últimos meses foram mais as boas do que as más notícias dadas pelo Governo.
E
na reta final da campanha, Passos Coelho tocou no tema religião. O primeiro-ministro
revelou hoje aos jornalistas que guarda no bolso o crucifixo que lhe foi
oferecido há dias, em Leiria, e do qual não mais se conseguiu separar. Só o
fará, revelou, quando “chegar a casa na sexta-feira”. Se este amuleto trará uma
vitória no próximo domingo, ninguém sabe. A verdade é que, enquanto a campanha
percorre o país, o Governo faz crescer a lista de ‘boas notícias’.
O acordo
assinado com os enfermeiros é a mais recente ‘boa nova’, num já composto
leque de aumentos a várias carreiras da Função Pública. Destaca o Jornal de
Negócios que os funcionários que ganham acima de 1.500 euros (cerca de metade
do total de trabalhadores do Estado), viram este ano anulado um quinto dos
cortes em vigor desde o início de 2014.
Já
a partir desta quinta-feira, 11 mil enfermeiros beneficiarão de um aumento
(máximo de 221 euros) em virtude da equiparação do salário entre profissionais
com contrato individual e os que estão em funções públicas.
A
par desta devolução, a Lei do Orçamento do Estado voltou a congelar salários e
a travar progressões, independentemente da avaliação que os funcionários
apresentem. Porém, são cada vez mais as exceções, por via do número de
sindicatos que conseguiu negociar, muitas vezes sob ameaça de greve.
Algo
semelhante ocorrerá nas Finanças. Com a criação da nova carreira de
técnico superior do Ministério das Finanças, os funcionários da Direção-geral
do Orçamento (DGO), da Direção-geral do Tesouro (DGTF) e do Gabinete de
Planeamento (GPEARI) passam para esta nova carreira com aumentos mínimos de 52
euros. Um valor, destaca o Jornal de Negócios, que poderá ser bastante
superior, tendo em conta o posicionamento remuneratório de cada um.
Aprovado
foi também o novo Estatuto da PSP, que estabelece uma atualização da
tabela remuneratória: “Cerca de 9 mil ou 10 mil polícias, cerca de 50% dos
polícias, vão ter ligeiras atualizações, de 30 euros ou de 50 euros”, disse à
data da aprovação do documento Paulo Rodrigues, presidente da Associação
Sindical dos Profissionais de Polícia.
Hoje,
a quatro dias da ida às urnas, o Ministério da Saúde anunciou que quer, nas
próximas semanas, que haja mais 450 mil portugueses com médico de família
atribuído. A informação foi dada à rádio TSF pela Administração Central do
Sistema de Saúde (ACSS), um organismo tutelado pelo Governo. Para chegar a
estes números serão contratados 237 médicos que obtiveram a especialidade e
ainda cerca de 100 médicos que a obterão em breve.
Ana
Lemos – Notícias ao Minuto
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